Lembrados pelo jeito truculento ao fazer suas conquistas, os navegadores escandinavos também precisavam parar um tempo para discutir o relacionamento.

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Pelo menos na história de ficção da série Vikings, cuja segunda temporada estreia nesta quarta-feira, 2, às 20 horas, no NatGeo. Na nova fase, o protagonista Ragnar (Travis Fimmel) terá de resolver questões semelhantes às de jogadores de futebol atuais.

“A vida dele vai ficar complicada. Agora, há duas mulheres e outros filhos. Vão haver mais crianças ainda. A relação com a família é o grande negócio desta temporada”, conta Michael Hirst, criador da atração. Na nova etapa da trama, que mostra como os nórdicos desbravaram novos mares e invadiram a costa da Inglaterra e da França no século 8.º, Ragnar terá de administrar a relação com a primeira mulher, Lagertha (Katheryn Winnick), enquanto soluciona problemas de uma nova união. “Ele terá uma grande batalha com o irmão. Também haverá novos inimigos”, avisa.

Segundo o roteirista, a segunda temporada não vai focar somente na situação doméstica dos vikings, ainda no início de sua expansão. “Em tudo o que escrevo há um equilíbrio entre a história e a vida dos personagens. Sempre faço pesquisas do período histórico. Tento ser o mais correto e autêntico possível. Mas isso não é uma lição de história, é um drama”, disse Hirst ao jornal O Estado de S.Paulo, em teleconferência com jornalistas da América Latina.

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Apesar de ser exibida pelo NatGeo por aqui, Vikings é uma coprodução entre Canadá e Irlanda para o History Channel, que a exibe nos EUA, onde a nova fase já está no ar. As atrações de ficção do canal sempre têm como pano de fundo algum período da história a ser explorado. Um dos temas é a diferença da religião dos escandinavos, que acreditavam em deuses como Thor e Loki, da mitologia nórdica. Ao chegarem a novos destinos, eles se deparam com o Deus único de seus vizinhos europeus.

“Nos EUA, o interessante é que o público quer saber mais sobre os deuses deles, esse conflito entre paganismo e cristianismo. A série tem feito sucesso nas comunidades católicas norte-americanas”, conta o britânico, autor das séries The Tudors, Camelot e do longa Elizabeth, concorrente do Oscar e vencedor do Globo de Ouro de melhor filme de drama em 1999.

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Hirst diz ter ficado surpreso ao pesquisar sobre os escandinavos daquela época. “Eles eram mais democráticos que os outros ocidentais. As mulheres poderiam se separar. Na Europa, o legado deles é real. Ficou no sistema legal e nas cidades. Eu cresci em York, no norte da Inglaterra, que tem influência deles.”

O roteirista confessa não gostar de releituras da cultura nórdica como os filmes do super-herói Thor, criado a partir do deus homônimo. “Os norte-americanos sempre escolhem os heróis e não entendem nada”, detona. Ele garante que Vikings tem outra visão. “No filme do Thor, não há luta real. É tudo computação gráfica e efeitos especiais. Nós temos coreógrafos para as lutas. Os atores sangram de verdade, têm a experiência. Falamos de coisas reais, não dessa baboseira de histórias em quadrinhos. As pessoas podem aprender algo com a nossa série.”

No Brasil, a primeira temporada acaba de sair em DVD e Blu-Ray (Fox-Sony; R$ 79,90 e R$ 99,90, respectivamente). Os discos vêm com capítulos com comentários sobre aspectos históricos. Hirst, que acaba de fechar o contrato para a terceira leva de episódios, chama a atenção para o sétimo capítulo da segunda fase, que vai ao ar nos EUA na semana que vem. “As pessoas não vão esquecer. Teremos algo nunca mostrado na televisão. Esta temporada está melhor, o poder (do Ragnar) fica maior e real.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.