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O escritor e ex-diretor da Fundação Biblioteca Nacional (RJ), Affonso Romano de Sant’Ana, defendeu, no encontro com secretários e dirigentes municipais em Faxinal do Céu, a formação de agentes culturais para que atuem em todos os setores da sociedade. "A área de cultura é abrangente e deve estar articulada com todos os outros ministérios e entendida em sua totalidade", reforçou. "Até um projeto de construção de barragem deve prever investimentos na área cultural."

Para ele, a palavra cultura deve estar inserida sempre nos discursos políticos para conquistar mais espaço e conseguir apoio e patrocínio para eventos culturais. Citou o secretário da Cultura do Acre, Gregócio Filho, reeleito, que defendeu sempre a inserção da cultura em todos os discursos. Segundo o escritor, foi a maneira encontrada por Gregório Filho para driblar 20 anos de falta de verba em sua pasta, no Acre. "Um apelo que deu certo", segundo Sant’Ana, porque fez com que as autoridades governamentais prestassem mais atenção e investissem mais no setor.

Ao falar sobre sua área – literatura – o escritor argumenta que uma ação cultural integrada e sistêmica promove grandes mudanças na sociedade. "Já ouvi relatos dos mais diversos de pessoas que mudaram o rumo de suas vidas, tomaram grandes decisões e até casaram depois que leram um poema, livro, conto ou reportagem", disse.

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"Um amigo me contou que uma vez, num hospital público que mantinha um projeto de leitura para os doentes, um deles pediu ao médico que ainda não lhe desse alta por que não havia terminado o livro. Mas a enfermeira contou que o doente era analfabeto, o que fez o médico desconfiar que algum outro problema poderia estar acontecendo. Perguntou ao doente e ele lhe respondeu: ?não sei ler mas o doente do leito 16 lê para mim e eu leio na leitura dele," relatou.

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