Erik Marmo aproveita fama com personagem que se parece com ele

Sempre que Erik Marmo sai à rua, o mesmo ritual se repete. O ator ouve de gente que nunca viu na vida os mais variados comentários e conselhos sobre com quem ele deve ficar na novela. Os palpiteiros de plantão se referem, na verdade, ao bom partido Cláudio, que Erik interpreta em Mulheres Apaixonadas. Mesmo apaixonado por Edwiges, a moça virgem interpretada por Carolina Dieckmann, o rapaz cedeu aos apelos da tentadora “amiga de infância” Gracinha, de Carol Castro. Agora, a filha da empregada diz estar grávida de um filho de Cláudio que, por isso, não consegue se acertar com a ex-namorada. “Na torcida só dá Edwiges, ainda mais depois que a Gracinha mostrou ter um caráter duvidoso. Mesmo assim, os homens sempre elogiam a sensualidade dela”, entrega.

No início das gravações, Erik não fazia idéia do rumo que seu personagem tomaria ou mesmo se teria destaque na novela de Manoel Carlos. “Até porque, numa obra aberta, isso depende muito de como o trabalho do ator é recebido”, contemporiza. Mas, com a proposta do autor de alternar o foco sobre os diferentes núcleos, Cláudio, Edwiges e Gracinha ganharam seu quinhão de polêmica. “Não existem cenas chatas. Todo mundo tem chance de mostrar seu trabalho, sem precisar segurar uma novela do início ao fim”, valoriza o ator de 27 anos.

Labuta

Filho de uma típica família de classe média de Niterói, no Rio de Janeiro, Erik teve de trabalhar duro para emplacar na carreira artística. Durante um ano, se dividiu entre a faculdade de Publicidade, em Niterói, e o curso de formação de atores da Cal -Casa de Artes de Laranjeiras, no Rio. Para se manter, ainda trabalhava de noite na pizzaria de um tio. O mais difícil, porém, foi resistir à pressão dos pais, que temiam o futuro incerto da profissão de ator. “Depois que larguei a faculdade, então, meu pai ficava me mostrando os classificados dos jornais, falando de empregos e concursos públicos”, lembra Erik.

Mas logo os convites para comerciais, peças de teatro e participações na tevê começaram a surgir. Em 2001, o ator fez uma participação de um mês em Malhação, na pele do homossexual Sócrates. Dali, emendou a peça Os Meninos da Rua Paulo, de Francis Maia, e voltou, em 2002, no seriado Sandy & Júnior. Erik chamou a atenção como o bailarino de origem humilde João Pedro, que ganha o coração da protagonista. Daí para o convite de Ricardo Waddington, diretor de Mulheres Apaixonadas , foi um pulo. “Tive a sorte de interpretar personagens bem diferentes logo de cara. Apesar das gozações dos meus amigos, no fundo até eles viram que eu estava levando a carreira a sério”, valoriza o ator.

Erik reconhece, contudo, que não existem muitas diferenças entre ele e o Cláudio da novela de Manoel Carlos. O ator garante que tem o mesmo gosto por esportes e temperamento tranqüilo do personagem -o que, acredita, foi decisivo para sua escalação. “Não adianta inventar algo diferente só para dizer que estou ?interpretando?. Geralmente, os novatos acabam sendo mesmo escalados para papéis semelhantes ao que são na vida real. Isso diminui o risco de errar o tom”, assume.

Na praia

Apesar da novela e dos compromissos paralelos, Erik garante que sempre arranja um tempinho para surfar ou jogar uma “pelada” com os amigos – duas coisas que ele faz desde os tempos de garoto. “Fico até mal-humorado se não posso ir à praia. Uma vez, a dermatologista me mandou ficar sem pegar sol por seis meses. Quase morri!”, exagera.

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