Em sua terceira novela, Carol Castro consegue mais destaque

Carol Castro torce assumidamente para que a destemida Mercedita se torne vilã. A personagem de Bang Bang, trama das sete da Globo, é a terceira na breve carreira da atriz. A primeira foi a insinuante Gracinha, de Mulheres Apaixonadas, em 2003, sua estréia na tevê. A última foi no ano passado, com a frágil Angélica de Senhora do Destino.

Na trama de Mário Prata, no entanto, Carol conta com mais destaque, já que a determinada Mercedita disputa com Diana o amor do mocinho Ben Silver, o principal par romântico da novela, interpretado por Fernanda Lima e Bruno Garcia. ?A Gracinha era mais abusada. Essa é mais pura, mas igualmente persistente. Assim como elas, também corro atrás do que quero?, compara.

Na verdade, Carol se orgulha de praticamente emendar a terceira novela desde sua estréia, mas garante que batalha muito para conseguir se manter na carreira. ?Fiz muitos testes para a tevê e só recebia ?não?. Me considero privilegiada de estar no ar enquanto a maior galera tenta entrar e nem consegue?, comemora.

 Para viver a mexicana na trama do velho oeste, aulas de equitação, luta e até ordenha de vaca foram peças de um quebra-cabeças para que a atriz conhecesse o rústico universo da personagem. Mas, por conta própria, Carol resolveu também pesquisar sobre as cidades que abrigam ?saloons? e assistiu a filmes sobre o tema, como o clássico Uma Vez no Oeste, de Sérgio Leone. ?Ainda bem que a Mercedita veio num momento em que estou mais madura como atriz. Fiz cursos de interpretação e li bastante, o que me trouxe segurança?, acredita.

 O que também proporcionou um pouco de jogo de cintura à atriz foi ter se acostumado ao ritmo intenso de gravação das últimas novelas em que atuou, ambas das oito. Mas ao pular para uma trama das sete, a atriz tem a sensação de ter caído do cavalo no Oeste, porém não pelo horário. Enquanto suas últimas personagens pertenciam a tramas que garantiam confortáveis índices de audiência, Bang Bang anda patinando na média de 28 pontos, número bem aquém do esperado para o horário. ?Nem todo mundo entende um humor inteligente, de elite. Mas gostaria que ela fosse mais popular para fazer sucesso?, defende.

Independentemente da guerra da audiência, Carol garante que está feliz mesmo é com o retorno do público quando fala sobre Mercedita. Segundo ela, pessoas de diversas idades palpitam que a romântica moçoila deveria se transformar numa vilã e acabar com a alegria dos mocinhos da trama. ?Adoraria se isso acontecesse. O povo quer ver o circo pegar fogo?, diverte-se.

Época

Mas enquanto os rumos da apimentada personagem não se definem, Carol saboreia um sonho antigo: atuar numa novela de época. ?Adoro esse clima antigo e sempre me imaginava numa novela de época, principalmente depois que fiz a trama do Manoel Carlos, que era extremamente contemporânea?, ressalta a atriz.

Um dos destaques da trama de época é o pesado figurino das mocinhas do faroeste, mas que não camufla a sensualidade da atriz, dona de um talento nato para personagens insinuantes. ?Eu apenas sigo minha intuição para compor. Tenho muito ?feeling? para montar o quebra-cabeças que é entender um personagem?, justifica.

A cada análise dos trabalhos como atriz, Carol demonstra uma surpreendente maturidade para quem tem apenas 21 anos. Além da persistência por papéis de maior destaque, a atriz, que estreou na carreira como a Sereia de O Caminho das Nuvens, longa de Vicente Amorim, relaciona seus hábitos com o crescente desempenho profissional. Segundo ela, isso é fruto de seu próprio dia-a-dia sem grandes ousadias típicas da idade. ?Poderia ser uma menina meio doida, ficar bebendo e me drogando na noite. Mas tenho juízo. Guardei dinheiro para comprar meu carro e agora penso em ter um apê. Tenho pé no chão e não me deslumbro com esse trabalho?, assegura.

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