Em O Orgulho, de Yvan Attal, tem-se de novo esse tema tão rico, o do relacionamento entre professor e aluno como reflexo (ou sintoma) do que se passa na sociedade de maneira mais ampla.

continua após a publicidade

No caso, uma aluna vinda da periferia, Neyla Salah (Camélia Jordana), enfrenta um professor tão brilhante como preconceituoso, Pierre Mazard (Daniel Auteuil). Ele já começa por ironizar o nome da moça e avança o sinal em outros temas delicados. Mas os tempos são outros e, para purgar seus pecados, Mazard deverá preparar a aluna em aulas particulares para um concurso de retórica.

continua após a publicidade

Usando de Schopenhauer a Shakespeare, Mazard fornecerá à aluna um poderoso arsenal argumentativo para se impor em debates. Ao mesmo tempo, algo muda entre eles, mas Neyla não parece perceber tudo o que está em jogo. Será preciso um namorado, motorista de Uber, para lhe dar a dimensão mais justa de sua relação com o mestre.

continua após a publicidade

Às vezes um tanto artificial, o filme salva-se em momentos de virtuosismo (em especial com Auteuil), em que o exercício da inteligência conjuga-se ao brilho mais simples da emoção.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.