São Paulo – Imagine essa situação: na hora em que o mocinho vai finalmente resgatar a mocinha das mãos do bandido, após uma sucessão de efeitos pirotécnicos que consumiram duas horas da sua atenção, a campainha toca e não há outra pessoa que possa atender a porta. Vai deixar a visita esperando do lado de fora? Difícil imaginar que já é possível paralisar um programa ao vivo e depois voltar a assisti-lo do ponto em que parou. E mais: após a cena, acelerar as imagens gravadas para voltar à transmissão em tempo real.
A operadora Sky, que tem mais de 770 mil assinantes no Brasil, lança em dezembro um serviço inédito na América Latina conhecido como PVR (Personal Video Recorder) – disponível apenas nos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e França. O México desenvolveu o produto com a Sky Brasil e será contemplado em 2004.
O assinante terá recursos como montagem de grade de programação, live pause, gravação (de até 50 horas) e reprodução de programas independente do horário de exibição. Poderá gravar uma atração (mesmo que seja pay-per-view) e, ao mesmo tempo, assistir à transmissão de outra.
Nos EUA, um serviço semelhante já existe desde 2001, com uma vantagem: pode-se eliminar comerciais. Pesquisas norte-americanas apontam que cerca de 65% dos entrevistados (assinantes do PVR) estão mais tempo diante da TV – 20% a mais no número de horas (de 17,3 horas/semana para 20,8 horas/semana).
Para garantir o Sky+, no entanto, é preciso desembolsar R$ 1,5 mil com o novo decodificador, além da assinatura de R$ 20. Miranda diz que o primeiro lote do equipamento foi importado, mas que a partir de dezembro, será fabricado no País. Assim, é possível que o preço seja reduzido. De acordo com ele, a expectativa da Sky, que gastou cerca de US$ 1,5 milhão com o desenvolvimento do produto, é que, a princípio, 10% dos usuários comprem o serviço.
Concorrência
Para não ficar atrás, um dia antes do anúncio do PVR, a DirecTV fez o lançamento de sua mais nova funcionalidade, o Gravador Pessoal de Programação (DPVR). Com o DPVR, é possível gravar até oito programas diferentes por dia, com a vantagem de poder agendar a gravação de uma forma mais simplificada do que aquela via videocassete. Diferentemente do PVR, que armazena a imagem em seu disco rígido, o DPVR não dispensa o uso de fita. O produto está à venda por uma taxa única de R$ 50. A instalação é rápida. É preciso apenas acoplar um cabo do decodificador ao vídeo. Além de um manual de instruções, o preço inclui a visita de um técnico, que irá ensinar ao usuário como usar o sistema. (Colaborou Renata Gallo)