Editoras universitárias são um bom caminho para lançar livros

Publicar livros em editoras universitárias pode ser um bom caminho para aqueles escritores que estão começando na carreira. No Paraná, as editoras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Estadual de Londrina (UEL) já publicaram juntas, em 2008, 49 livros.

Para o escritor e professor do curso de arquitetura da UEL e autor do livro Poética da luz natural na obra de Oscar Niemeyer, Paulo Marcos Mottos Barnabé, além de a editora universitária ser o melhor caminho para quem está começando, “existe muito interesse por parte delas em publicar livros, tanto ligados ao ensino, quanto às obras literárias”, revela.

As obras publicadas em editoras locais trazem, também, vantagens para os estudantes e leitores regionais. “Tratam-se de livros com pesquisas locais, familiares e reais. São estudos nossos realizados por quem os leciona. Isso faz com que as publicações locais sejam muito mais úteis para alunos do que os livros que vem de fora”, conta o professor da UFPR e autor do livro Entomologia didática, Zundir Buzzi.

O livro Entomologia didática, de Buzzi, já está no mercado desde 1972 e é a publicação de maior sucesso da editora da UFPR. “Calculo que cerca de 20 mil alunos já estudaram com meu livro. Isso me deixa muito orgulhoso. Foi o primeiro livro publicado pela editora da UFPR que escrevi”, diz o autor.

No entanto, mesmo as editoras universitárias sendo o caminho mais curto para os iniciantes, ambas revelam que o processo de seleção das obras é rígido. “A editora está aberta para qualquer autor, independentemente de estar vinculado com a UFPR ou não. Porém, para poder ser publicado, o livro passa por uma avaliação feita por pareceristas. Baseado nesse resultado, o material segue para o conselho editorial, onde é feita a seleção das obras que serão publicadas. Todo esse processo é indispensável para que um livro seja publicado pela editora da UFPR”, explica a diretora da editora da UFPR, Serlei Fischer.

Na Editora da Universidade Estadual de Londrina (Eduel), o mesmo processo é utilizado para avaliação das obras que serão publicadas. “A obra tem que ter conteúdo de qualidade, relevância científica e cultural. A barreira seria ter um parecer favorável ou não dos Assessores Científicos Externos com base no tema, estrutura, conteúdo, público alvo, mercado e atendimento à linha editorial da Eduel”, explica a diretora da Eduel, Neide Jardinette Zaninelli.

Na Eduel parte dos livros são custeados pela UEL. Mas também são publicados livros com patrocínios de empresas privadas e de órgãos públicos. “São várias opções orçamentárias, mas destacamos que sempre existe a necessidade de novos parceiros e apoiadores”, diz Zaninelli.

Nas gráficas que estão fora do meio universitário, a avaliação feita para que o livro seja publicado também segue os padrões adotados nas universidades. “Para um livro ser publicado, é preciso ter um texto original e com qualidade. Tendo essas duas características, gera a procura do leitor pela publicação. Estamos sempre abertos aos novos autores, recebendo livros e avaliando os materiais que chegam para a editora”, explicou o diretor da editora Positivo, Emerson Santos.

No Brasil, é muito difícil um escritor desconhecido lançar um livro em uma grande editora. “Existem inúmeras dificuldades em se publicar essas obras. A maior delas é conseguir ser lido dentro das editoras e, ainda, despertar o interesse sobre o retorno financeiro que o livro pode gerar para as editoras. Depois que esse primeiro passo foi dado, fica tudo mais acessível”, diz o autor que já tem cinco livros publicados em editoras nacionais, Ricardo Filho.

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