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Editoras criam livraria para vender audiolivro

Três grandes editoras brasileiras, Sextante, Grupo Record e Intrínseca, em parceria com a Bronze Venture, se unem na criação da Auti Books, plataforma para venda de audiolivros.

O lançamento será nesta sexta-feira, 14, com cerca de 100 títulos das três sócias e também da Companhia dos Livros e da Universo dos Livros. Outras editoras também poderão oferecer seu acervo na plataforma que será administrada por Claudio Gandelman, profissional da área de TI.

Para um mercado que enfrenta sua pior crise, os audiolivros surgem como uma esperança – apesar do alto investimento (a hora finalizada custa entre R$ 1.500 e R$ 2 mil). Considerando o índice de crescimento nos EUA (37% em 2018, segundo a Associação Americana de Editores) e na Europa, as horas passadas pelo brasileiro no smartphone e o tempo gasto nos deslocamentos, o potencial de venda é alto, acreditam os editores.

Nesta nova tentativa de fazer os audiolivros emplacarem – houve, no passado, livros em fita K7 e CD -, duas empresas brasileiras começaram a desbravar o setor antes da chegada dos grandes players e da própria Auti Books. A Tocalivros vende e oferece serviço de assinatura. Já a Ubook, que recentemente fez uma parceria com o Google Play possibilitando a entrada da empresa de tecnologia neste mercado no Brasil, segue com seu serviço de assinatura enquanto Google vende os títulos convertidos ou oferecidos pela Ubook. A Audible, plataforma da Amazon, é esperada há alguns anos.

“Criamos uma solução que gostaríamos que fosse oferecida para nós”, conta Tomás da Veiga Pereira, sócio da Sextante – e também da Intrínseca. “Nenhuma editora sozinha faz verão. Vamos nos unir, partilhar custos e investimentos e trazer alguém que possa se dedicar plenamente a isso.” Tomás destaca, ainda, a aposta de algumas editoras em ter seus autores lendo seus próprios livros – na primeira leva da Sextante está Me Poupe!, best-seller de Nathalia Arcuri lido por ela. E ele diz que os audiolivros podem fazer “uma bela transformação” criando empregos e “formando muito mais leitores”.

“Os audiobooks acabam sendo uma forma de aumentar o tempo que a pessoa tem para ler e também pode ser uma porta de entrada para um público totalmente novo que, eventualmente, não curta ler, mas que pode saborear um livro ouvindo”, comenta Roberta Machado, diretora comercial do Grupo Record.

Jorge Oakim, dono da Intrínseca, espera ter 70 audiolivros até o fim do ano e acredita que neste primeiro momento os títulos de não ficção possam ter mais saída. “Mas a longo prazo, o formato vai funcionar para todos os gêneros e para todas as idades.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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