Mike Tyson suava frio na noite em que se tornaria o mais jovem pugilista campeão do mundo entre os pesos-pesados. Apesar de estar ali, aos 20 anos de idade, diante da montanha Trevor Berbick, seu tremor não era por medo ou ansiedade.

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Tyson estava com gonorreia. São histórias como essa, narradas em tom confessional por um gigante de voz infantilizada, que tornam o documentário “Tyson”, que estreia hoje nos cinemas, mais valioso do que polêmico.

O espectador revisita a era de glórias do homem que se consagrou entre as quatro cordas do ringue, mas perdeu tudo com escândalos entre quatro paredes. Se a fila de adversários nocauteados ergueram ‘Iron Mike’ (Mike de ferro) ao topo, não amorteceu sua queda quando os trunfos perderam relevância para os casos de violência, sexo, drogas e cadeia.

Para dobrar o imprevisível Mike Tyson, o diretor James Toback o deixou só com a câmera e, fora da sala, passou a questioná-lo sobre aspectos relevantes: combates, fama, mulheres, casamento imaturo, dinheiro, más companhias. O resultado é revelador. O documentário mostra Tyson chorando ao lembrar de seu mentor, Cus D’Amato.

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