Havia canções que, no recente documentário de Eduardo Coutinho, não poderiam faltar. Nelson Pereira dos Santos fez sua lista das 14 mais. “Mas, no final, a gente tem mais canções do vovô”, informa a codiretora Dora Jobim. Ela fala do documentário “A Música Segundo Tom Jobim”. Dora ainda se refere a ele, carinhosamente, como o vovô. Ela tinha 18 anos quando Tom morreu. Filha de Paulo Jobim, que acompanhava o pai, como músico, ela viveu sua infância em estúdios de gravações ou acompanhando turnês. A música sempre fez parte de sua vida.

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“E ela era a queridinha do vovô”, explica Nelson Pereira dos Santos, que também é avô e tem sua queridinha – mas não pergunte quem é, porque a última coisa que ele quer é decepcionar os demais netos. Nelson e Dora conversam com o repórter no lobby de um cinema no Rio. Segunda-feira pela manhã. Ele vai mostrar “A Música Segundo Tom Jobim” para alguns amigos. O clima é de confraternização, de festa, e Nelson está relaxado.

Ele conta que o documentário sobre Tom surgiu quase como uma consequência do anterior, sobre Sérgio Buarque de Hollanda. O outro, pertencia a uma geração que pensou o Brasil – e influenciou Nelson e seus colegas de Cinema Novo. O outro, expressou a brasilidade por meio de notas musicais, Tom era tão brasileiro que, mesmo quando cantava em inglês, para plateias internacionais, você podia ouvir o murmúrio das ondas ou o cantar da sabiá.

O filme estreia dia 20. Na verdade, deveria ter ficado pronto no fim de 2010, segundo acordo com a patrocinadora. Se “A Música Segundo Tom Jobim” demorou tanto tempo foi por causa dos direitos e do material iconográfico. Havia um material que deveria vir do Japão. Até nisso o tsunami causou estragos. Mas tudo está terminando bem. Dia 20, comemora-se o dia de São Sebastião e o aniversário do Rio de Janeiro, que Tom amava (e colocou na sua música, não apenas por meio de uma certa garota de Ipanema).

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Dia 25, ele estaria completando 85 anos. Prepare-se. Você nuca viu um documentário como este. Só música. Nenhuma outra palavra que não as das letras. E as imagens. Elas contam sutilmente uma história, mas isso vai depender de você. Nelson e sua escudeira, Dora, criaram uma obra aberta. Você vai preenchê-la e agradecer. As canções selecionadas vão encher seus ouvidos, encantar sua alma. A música, segundo Tom Jobim, pode ser – é – transcendental. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Música Segundo Tom Jobim

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Direção: Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim.

Gênero: Documentário (Brasil/2011, 88 min.).

Classificação: Livre. Estreia dia 20/1.