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Do Amor e o equilíbrio entre sorrir e chorar

Gabriel Bubu, guitarrista e um dos vocalistas do quarteto carioca Do Amor, ri da própria constatação: o primeiro disco do grupo, lançado em 2010, era um álbum “saltitante”. Havia ali um descompromisso estético e sonoro – divertidíssimo, por sinal. Tal irreverência leve é carregada pela banda ao longo dos anos, embora tenha se transformado. Piracema, o segundo trabalho do grupo, mostrou em 2013 um espírito bucólico, por vezes melancólico. “Era intencionalmente contemplativo, paisagístico”, tenta resumir Bubu.

Quando chegamos ao terceiro, a prosa se complica. Para falar de Fodido Demais, o terceiro álbum, lançado nesta sexta-feira, 14, pelo selo Balaclava Records e com show de estreia marcado para este sábado, 15, no Sesc Pompeia, às 21h, Bubu vai e volta no tempo.

Não é tão fácil assim, justamente porque o terceiro álbum se posiciona estilisticamente como um ponto de equilíbrio que buscou, nos seus antecessores, seus pontos fortes, e mistura a contemplação e a festividade. “Bucolismo saltitante” talvez fosse a definição procurada por Bubu, que forma o Do Amor ao lado de Gustavo Benjão (voz e guitarra), Marcelo Callado (voz e bateria) e Ricardo Dias Gomes (voz e baixo).

Ao longo dos sete últimos anos, seus integrantes passaram por transformações – todos estão mais próximos dos 40 anos de idade e tiveram filhos, para início de conversa. Dias Gomes e Callado começaram a entrar em turnê com Caetano Veloso (eles formavam dois terços da banda Cê, que acompanhou o músico nos seus últimos três discos); Benjão lançou disco solo, acompanhou Rodrigo Amarante, Lucas Santtana, entre outros; e Bubu atua como baixista do Los Hermanos sempre que há um novo show marcado, além de tocar com Tulipa Ruiz e mais. Era evidente que, passadas essas experiências, o Do Amor estaria diferente.

A irreverência dançante ainda está com eles, A Lince, Minhas Vozes, Frevo da Razão e Metaleiro Vento, que formam quase a segunda metade inteira do novo disco, sacudirão os quadris por aí. A metade inicial é heterogênea, pode fazer chorar (com Não Leve e Eletricidade) ou festejar (Peixe Voador). “É um disco que tem mesmo uma mescla, uma mistura”, diz Bubu. O Do Amor encontrou seu ponto de equilíbrio. “Estamos em uma fase diferente da vida.”

DO AMOR

Sesc Pompeia. Comedoria.

Projeto Plataforma. Rua Clélia,

93, tel.: 3871-7700. Sáb. (15), às 21h30. R$ 6 a R$ 20.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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