Djavan lança CD em sua gravadora

Djavan é um artista que sempre soube administrar bem o talento e correr riscos como motivação profissional. Agora, depois de passar 22 dos 28 anos de carreira contratado da multinacional Sony, decidiu começar tudo de novo. Esta semana chega às lojas o álbum Vaidade, o primeiro por sua gravadora Luanda Records. Não é novidade que grandes astros da música brasileira – como Maria Bethânia e Paulinho da Viola, entre outros – têm migrado para a produção independente ou para pequenos selos, por causa da crise do mercado. Djavan deu um passo adiante.

Assumiu todos os riscos de ter uma gravadora própria, incluindo encarar o obstáculo maior para qualquer produtor de discos: a distribuição. “Esse foi o grande desafio”, afirma Djavan.

Para Djavan é um recomeço. Não do zero porque a música abrangente do compositor alagoano já conquistou o País e boa parte de Europa, Estados Unidos e países do continente africano. No entanto, a nova situação o coloca de volta ao início da carreira em alguns aspectos, não apenas profissional, mas pessoal. E isso se reflete de alguma maneira nas boas canções do disco. Algumas têm referências nordestinas e dois sambas suingados.

Nem por isso as canções têm conteúdo autobiográfico, embora a maioria fale de relacionamentos afetivos. “Um pouco de experiência pessoal sempre tem, mas sou um inventor de canções, vou buscar a situação no outro, na imaginação. O barato é inventar situações nas quais as pessoas possam se identificar.” A que dá título ao disco é uma dessas. Flagrante de um rompimento amoroso, coloca em xeque a vaidade masculina. Como toda boa música, Vaidade é um disco para ser saboreado aos poucos.

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