Diversão que vai além do normal

Com Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres, não tem tempo ruim. E nem poderia. Os dois gravam apenas três vezes por semana, não têm de enfrentar o ritmo extenuante de novela e, principalmente, atuam num dos produtos de melhor aceitação da Globo. Atualmente, o seriado “Os Normais” registra média de 24 pontos no ingrato horário das 23h de sexta-feira, mas já chegou na casa dos 30 quando passou para as noites de quarta durante a Copa do Mundo. Por essas e outras, eles têm todos os motivos do mundo para viverem às gargalhadas. Dentro e fora dos estúdios.

“Já estamos no 45.º episódio e parece que começamos ontem. O entusiasmo é o mesmo. Eu também não saberia fazer comédia de outro jeito”, salienta o diretor José Alvarenga Jr.

Toda semana é a mesma coisa. Gravação de “Os Normais” sempre rende boas risadas. Algumas delas, há de se admitir, quase gratuitas. O absurdo das situações vividas por Rui e Vani parece transcender o roteiro e contagia a todos no estúdio. Não é raro ver cinegrafistas, iluminadores e contra-regras soltando ruidosas gargalhadas das inúmeras “saias-justas” protagonizadas pelos atores. “Estamos acostumados a fazer comédia, mas há situações que surpreendem de tal forma que a gente não se agüenta”, explica Luiz Fernando. No meio de tanto riso frouxo, apenas os figurantes não estão muito inclinados a aderir ao clima festivo. Entediados pelos constantes ensaios e regravações, eles parecem não entender direito o “ataque de bobeira” que acomete o elenco e a equipe técnica.

Excesso de riso

Mas são justamente esses acessos involuntários de riso, que caracterizam os “ataques de bobeira”, que fazem a diferença em “Os Normais”. “Existe algo melhor do que trabalhar entre amigos? Se existe, eu não conheço…”, justifica Fernanda Torres. Na última semana, a atriz estava mesmo inspirada. Durante a gravação do episódio “Horrivelmente Normal”, uma máquina de gelo seco produzia uma “bruma” típica de uma reunião de maconheiros. A certa altura, Alvarenga pediu que a máquina fosse acionada. Diante da demora, Fernanda Torres fingiu impaciência: “Quem é o responsável pela colocação de fumaça no cenário?”, perguntou. “Vinte chibatadas na praça de alimentação!”, sentenciou, brincalhona.

Às vezes, os acessos de riso se revelam tão incontroláveis que o diretor José Alvarenga se vê obrigado a interrompê-los para não atrapalhar o ritmo de gravação. Foi isso que aconteceu em “Uma Tarde de Sábado Normal”. Nele, Rui e Vani são convidados por uma prima distante dela, Soraia, interpretada por Eliana Fonseca, para prestigiar o aniversário do afilhado Otavinho. Lá, Rui toma verdadeira ojeriza à mulher. Quando solicitado a acender uma churrasqueira na varanda, ele exagera na quantidade de álcool e acaba pondo fogo na prima da Vani. Diante do inusitado da cena, Fernanda Torres não conseguiu se controlar. “A cena era simples, mas levamos quase meia hora para gravá-la. Tive de intervir. Afinal, a Eliana Fonseca tinha de voltar para São Paulo no mesmo dia”, esclarece o diretor.

Salário ambiente

O clima descontraído de “Os Normais” acaba contagiando até os convidados. A atriz Maria Padilha que o diga. Na última semana, ela gravou o episódio “Horrivelmente Normal” em que interpreta Mara, uma das inúmeras amigas de infância de Vani. Logo na primeira cena, a atriz caiu na risada ao fingir que estava coçando o personagem de Luiz Fernando. “O Luiz disse que eu estava me aproveitando da situação para me esfregar nele. Veja só! Tive de jogar o cabelo no rosto para disfarçar o riso”, admite. Por conta desse “salário ambiente”, não há quem não goste de participar do seriado. Quem já participou, por exemplo, não vê a hora de voltar. Esse é o caso de Maria Luiza Mendonça, a recordista de participações de “Os Normais”, com cinco episódios. Um dos acessos de riso da atriz nas gravações de “Mais do que Normal” foi ao ar assim mesmo. “Passei mal de tanto rir. Saí de lá com dor no estômago”, revela.

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