Disney lança Nem que a Vaca Tussa

Pode ser que a Disney esteja fazendo a despedida da animação convencional em duas dimensões com Nem Que a Vaca Tussa que o estúdio lança nas férias de julho para o público infantil – como faz, tradicionalmente, todos os anos. Trata-se de um western em que os protagonistas são animais de uma fazenda ameaçada de ir a leilão por conta das dívidas da dona, uma velhinha solitária, dedicada aos bichos e à manutenção da propriedade. No Brasil, as vozes das personagens principais, um trio de vacas muito heterogêneo, foram dubladas por Fernanda Montenegro (sra. Calloway), Isabela Garcia (Grace) e Cláudia Rodrigues (Maggie). Na versão original em inglês, as vozes são, respectivamente, de Judi Dench, Jennifer Tilly e Roseanne Barr.

Não há grandes novidades no enredo. Muitos faroestes clássicos falaram sobre a questão da conquista do oeste, da ocupação pelos pioneiros e da ação de especuladores violentos naquelas terras. O que, talvez, seja novo é o ritmo acelerado, próprio da animação, imposto a um cenário tomado por caubóis, xerifes, mocinhos e vilões.

Há, ainda, os personagens humanos, que atuam quase como coadjuvantes: a dona da Fazenda Caminho do Céu, Pérola, o divertido especulador Alameda Slim, o caçador de recompensas Rico e os irmãos capangas de Slim. Nenhum deles tem o apelo de um herói como Simba, a graça de um escada como o Gênio e a sedutora ambigüidade de um vilão como Cruela Cruel.

As canções, parte importante dessa fórmula que fez sucesso durante várias décadas, foram compostas por Alan Mencken, autor das melhores canções de desenhos animados da Disney da atualidade. Elas são interpretadas por K.D. Iang, Bonnie Raitt, Tim McGraw e as Bleu Sisters.

Apesar – e para além – disso, são músicas que nem ao menos ficam na memória depois que as luzes da sala se acendem. Sinal de que há algo de errado ou desgastado com essa fórmula que deu certo durante mais de três décadas.

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