Diretor de ‘Hobbit 3, A Batalha’ fala sobre o novo filme

Havia 12 pessoas às mesa, na coletiva de O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos, na tarde desta terça-feira, 2, em Londres. Onze integrantes da equipe artística, ao centro o diretor Peter Jackson, e a moderadora.

Passaram-se quase 20 anos desde que, em 1995, Jackson e a mulher, a produtora e corroteirista Fran Welsh, começaram a negociar com a Miramax sua adaptação da saga de O Senhor dos Anéis. Somente quatro anos depois, e com a chancela da New Line Cinema, eles começaram a filmar. Concluída a saga do Anel, começou outra – a da adaptação de O Hobbit, também de JRR Tolkien. A princípio seriam dois filmes, viraram três – outra trilogia. Jackson ia só produzir, terminou dirigindo. E agora O Hobbit 3, A Batalha, está pronto e estreia no Brasil na próxima quinta-feira, 11 de dezembro.

O que Jackson mais deseja, agora? “Voltar para casa.” Ele ainda tem meses de trabalho pelas frente – a versão estendida de A Batalha. “Vai ser pretty good”, ele anuncia. E, depois, nada mais do Anel, de Tolkien. Do que ele vai sentir saudade? “Das pessoas nessa mesa. Filmar é muito trabalhoso, mas quando a gente encerrava as jornada ficava só o encontro de amigos.” Quando o primeiro O Senhor dos Anéis estreou, em 2001, Jackson iniciou uma revolução. Utilizando-se de uma nova técnica, a motion capture, ele criou um personagem decisivo da série, o Gollum, no computador. Hoje, e já com certo distanciamento, ele avalia. “A motion capture marca um avanço técnico, mas o importante continua sendo o trabalho do ator. Sem Andy Serkis não haveria o Gollum. O desafio da técnica foi captar sua alma.”

E o diretor e produtor faz uma revelação assombrosa – “Mal consigo enviar meus e-mails. Felizmente, tenho técnicos prodigiosos, que fazem tudo para criar o que é necessário.” E ele acrescenta – “Tudo o que fizemos foi para contar nossa história. A tecnologia é uma ferramenta, não um fim em si.” O novo filme encerra a saga do Hobbit. Cerca de 60 anos antes de O Senhor dos Anéis, Bilbo acompanha os anões numa jornada épica, da qual retorna ao condado com o anel. O filme anterior, A Desolação de Smaug, terminava com o dragão preparando-se para atacar, a cidade. O terceiro começa em plena ação. Bard, com a ajuda do filho, vai conseguir derrubar o imbatível. O ator Luke Evans, que faz o papel, conta – “Meu personagem era apenas um viúvo solitário, pai de três filhos. Foi preciso esperar pelo terceiro filme para que ele virasse um herói.”

O mais curioso é que, há quatro anos, as primeiras cenas que Evans filmou foram as da correria no telhado das casas de onde ele tenta atingir Smaug. O filme foi todo feito fora de ordem, o que é comum no processo do cinema, mas o fato de Jackson ter começado com Evans por algo que só iria ocorrer no terceiro filme é notável. Ilumina algo que Richard Armitage, o Thorin, rei dos anões, descreve – “Desde o começo, Peter (Jackson) tinha o Hobbit completo na cabeça. Sabia exatamente o que queria em cada momento do filme.”

Armiotage estará em São Paulo no fim de semanas,participando da edição brasileira da Comic-com. Sir Ian McKellen, Gandalf, está na saga desde o início. “Não é uma franquia. É uma série extraordinária de filmes. Viraram clássicos.” E como é ter estado na Terra-Média de Tolçkien? “Muitas gente gostaria de ter estado. O próprio Peter (Jackson) queria ter estado lá, mas nos olhava pelo visor da câmera. Nós (os atores), estávamos.” E o que resta disso? “A Terra-Média é uma fantasia. Existe em nossos corações. Nesse sentido, vou/vamos carregá-la sempre.”

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