Deborah Evelyn apresenta Baque no Teatro da Caixa

No próximo final de semana, dias 10, 11 e 12 de fevereiro, Deborah Evelyn – que está atualmente na minissérie "JK" – vai se apresentar à frente do elenco de BAQUE, peça que será encenada no Teatro da Caixa. Escrita pelo cineasta e dramaturgo americano Neil Labute, BAQUE tem em sua primeira versão brasileira a direção de Monique Gardenberg, e conta com as atuações, além de Deborah Evelyn, de Emilio de Mello e Carlos Evelyn. 

Como quem conta um segredo, os personagens de BAQUE se colocam frente a frente com o público para narrar seus dramas, sem reservas, moralismo, meias medidas. Em cada um destes atos confessionais de 35 minutos de duração, os personagens proporcionam uma surpresa ao público, que sente isto como uma traição, de acordo com a  visão que todos queremos ter do mundo.  As pessoas podem ser ruins, mas querem ser boas.

"Labute fala de um ser humano que já não sabe  bem onde está a moral. Pessoas que tomaram para si a tarefa de ditar o destino, como semi-deuses num mundo ateu", sublinha a diretora Monique Gardenberg.

BAQUE, que estreou em 1999, em Nova York, se desenrola em três diferentes momentos. Em Ephigênia in Orem, um simpático homem de negócios, vítima da tirania das corporações capitalistas modernas, um homem que se sente "um pouco acima da média", vai lentamente desfiando sua tragédia pessoal.  "O homem vive a necessidade permanente de expurgar esse sofrimento inesgotável", avalia Emilio. O personagem é quem conclui diante do mundo: "e você só, vai em frente!"

No texto que segue, Um bando de santos, um jovem casal de universitários paulistas relembra um fim de semana inesquecível no Rio de Janeiro. O belo namorado, representa o drama da história: um jovem alegre, animado, aparentemente o modelo perfeito do bom rapaz, mas cuja banalidade de seus atos se mistura com a necessidade de matar seu próprio desejo numa explosão de violência. Sua frívola namorada permanece inocente e feliz no seu belo vestido de tafetá.

"Labute trata de tragédias contemporâneas e extremamente humanas, o que não impede que esbarre muitas vezes no absurdo", avalia Deborah Evelyn, que se despe de Su, a namorada ingênua, para mergulhar, em seguida, no denso universo de uma jovem que revela como foi seduzida por seu professor aos 13 anos de idade. "Esta história não tem nada de especial. A única coisa interessante nela é que aconteceu comigo", declara a personagem. De fato, a história dessa mulher volta a encontrar paralelos clássicos.  Em "Medea Redux" a jovem parece estar tentando achar uma linguagem para justificar sua própria vida, enquanto conta a sua estória para um gravador, numa delegacia de polícia.

"Mas não se trata de tragédias ao molde das gregas, por aquelas narravam histórias de grandes homens, quase mitos. As de Labute falam de homens mais humanos, mais próximos e mortais", define Emilio de Mello.

"As situações que temos em BAQUE são universais. O que acontece em cena poderia acontecer no Brasil, nos Estados Unidos, no Japão ou em qualquer lugar do mundo, cada um com a sua carga moral/cultural específica", acredita Monique.

"BAQUE perturba e faz pensar. É como a filosofia: nasce do espanto. Você se espanta com o mundo e vai pensar sobre ele. Da mesma forma, nas peças de Labute, você se espanta com o ser humano e vai pensar sobre ele, tentar entendê-lo", acentua Carlos Evelyn.

SERVIÇO:

"BAQUE", com Deborah Evelyn, Emilio de Mello e Carlos Evelyn. No Teatro da Caixa, dias 10, 11 e 12 de fevereiro (sexta e sábado às 21 horas, e domingo às 19 horas). Ingressos a R$ 16,00 e R$ 8,00 (clientes, idosos e estudantes), à venda no Teatro da Caixa (rua Conselheiro Laurindo, 280), desde quinta-feira, sempre a partir das 12 horas . Informações 3321-1999. 

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