Daniela Escobar emenda quinta atuação sob a direção de Monjardim

Daniela Escobar emenda a quinta produção sendo dirigida pelo marido Jayme Monjardim, que é o responsável por “A Casa das Sete Mulheres”. “Talvez pelo Jayme me chamar antes, os outros fiquem sem graça. Ou não gostam do meu trabalho ou o fato de ser mulher de diretor possa exercer algum tipo de constrangimento nessa empresa. Mas tenho vontade de experimentar outros diretores, com certeza”, ressalta a atriz de 34 anos, que vive na minissérie global a filha de Bento Gonçalves, Perpétua. Daniela já havia trabalhado com Jayme em “O Clone”, “Aquarela do Brasil”, “Chiquinha Gonzaga” e “Idade da Loba”, produzida pela Band em 1995.

Dona de uma voz rouca e olhos amendoados, Daniela já demonstrou que é o tipo de atriz capaz de radicalizar para compor uma personagem. Em “Aquarela do Brasil”, ela chegou a emagrecer 13 quilos – estava com os atuais 58 e ficou com 45 – para interpretar Bela, um judia romena sobrevivente dos campos nazistas. Na verdade, a personagem preferida de Daniela. “A reação no meio judaico era carinhosa. Mas, em geral, as pessoas sentiam pena e admiração pelo meu esforço pessoal como atriz”, confessa. No entanto, a atriz jura que foi em “A Casa das Sete Mulheres” que finalmente teve uma idéia do que seria um campo de concentração.

Gelada

Daniela passou quatro horas gravando o primeiro encontro de Perpétua e o personagem de Marcelo Novaes. O cenário era uma cachoeira de São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, e a temperatura estava abaixo de zero. “Não sentia os pés e meu queixo tremia sem parar”, lembra Daniela, que apelou para doses de conhaque, apesar de não beber. Mesmo assim, acha que poderia simplesmente ter pedido para adiar a cena até conseguir suportar o frio. “Foi uma das piores experiências da minha vida, mas serviu como lição”, lamenta a atriz.

Quando soube que iria interpretar a filha mais velha de Bento Gonçalves, Daniela pensou na hora em ligar para a irmã gaúcha para relembrar o jeito de falar sulino. Mas o sotaque acabou abolido da minissérie. Para buscar inspiração para Perpétua, a atriz então foi remexer nas lembranças que tinha de sua cidade natal, São Borja, no interior do Rio Grande do Sul, onde morou até os 9 anos. No entanto, Daniela garante que não encontrou muitas semelhanças com a personagem. “Fazer bordado, tricô, crochê, dirigir charrete, são coisas naturais para mim. Mas a vida das meninas da minissérie é mais livre do que a minha foi”, revela a atriz. Ela acha inclusive que enlouqueceria se ficasse trancada em uma fazenda por 10 anos. “Morei anos em uma cidade pequena e não via a hora de sair de lá”, recorda.

Daniela não esconde sua predileção por personagens controversas. “São melhores que as boas moças”, afirma a atriz. Daniela diz que na época de “O Clone”, em que viveu a esnobe Maysa, ela nunca recebeu tantas manifestações de carinho do público. Principalmente das mulheres com mais de 35 anos que se identificavam ou conheciam casos semelhantes ao da personagem, que vivia um casamento infeliz. “Talvez elas gostassem por a personagem enfrentar o marido e falar coisas que elas não tinham coragem de dizer”, arrisca a atriz.

Novo vôo

Daniela Escobar estréia no cinema em março no filme “Dono do Mar”, do diretor Odorico Mendes. Na história, a atriz vive a esposa do protagonista, interpretado pelo ator baiano Jackson Costa. Ele é um pescador que tem sua vida contada desde a infância até a morte. Daniela afirma que assim como acontece no meio televisivo e teatral, o cinema possui uma outra família de profissionais, à qual ela também quer pertencer. “Quero que o filme estréie logo para que os diretores de cinema vejam e, quem sabe, me chamem para outras produções”, torce a atriz, que participou das peças “Os Doze Trabalhos de Hércules”, de Carlos Wilson, e “Entre Amigas”, de Cecil Thiré.

Superbonita

Daniela também se prepara para retomar as gravações do “Superbonita” em março. Ela apresenta o programa produzido pela GNT, do canal por assinatura da Globosat, pelo quarto ano consecutivo. A produção é dedicada ao público feminino e trata desde dicas de depilação e cortes de cabelo, até lançamentos de cosméticos e novidades tecnológicas. A atriz foi escolhida para a função de apresentadora entre 300 candidatas. “Era experimental e acabou se tornando um dos programas mais vistos da GNT. Tenho orgulho disso”, comemora a atriz.

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