Depois da Oficina de Música, que contempla os gêneros erudito e MPB, do Curitiba Pop Festival, dedicado ao rock alternativo, e do Festival de Música de Câmara, Curitiba abre as portas para a autêntica música caipira. Nos próximos quatro sábados, alguns dos principais nomes da viola brasileira estarão no Canal da Música, palco da primeira Mostra Viola Brasileira.
A programação abre hoje às 20h com dois recitais de violeiros virtuosos, de formação praticamente erudita: Paulo Freire e Roberto Corrêa. Paulo vem acompanhado do irmão Tuco Freire, ao contrabaixo, e do percussionista Adriano Busko. Sua forma de tocar viola revela influências do jazz, mas também dos violeiros da região do Urucuia, em Minas Gerais, onde aprendeu a tocar viola com Manoel de Oliveira.
Jornalista profissional e escritor, Freire é também um excelente contador de causos. Em Curitiba estará realizando uma amostra dos seus três CDs editados: Rio Abaixo, revelação instrumental do Prêmio Sharp, 1995/1996; São Gonçalo e o recente Brincadeira de Viola.
Roberto Corrêa encerra a noite, mostrando o repertório do CD Extremosa Rosa, lançado ano passado. Físico formado pela UnB, Corrêa tem importância vital para o universo da viola, tendo sido o primeiro a lançar um método de ensino do instrumento: A Arte de Pontear a Viola, de 1999. Sua discografia inclui oito CDs, sendo dois em duo com Inezita Barroso (Voz e Viola, de 1995, e Caipira de Fato, de 1997). Destaque, também, para o disco Urobóro, de 1994, somente com composições próprias, que fez de Corrêa um nome respeitado até pela crítica de música erudita.
Na próxima semana, é a vez de Viola Quebrada e Pereira da Viola. Também passarão pelo Canal da Música Inezita Barroso, Ivan Vilela, Suzana Salles, Lenine Santos e os paranaenses Rogério Gulin e Rui Graciano & Soraia Valente. Sem falar nas oficinas, bate-papo e na exposição de fotografias de Julio Covello.
Tendências
“Mais que apenas trazer a viola caipira a um grande teatro, o projeto apresenta várias tendências e ritmos musicais do País, a partir de violeiros que são referências no instrumento. Ao mesmo tempo, propõe-se de forma sutil a mostrar uma parcela do que é o Brasil, com a inclusão das fotografias de Covello mesmo durante os shows”, define Álvaro Collaço, idealizador e produtor da mostra. “Outro aspecto importante é exatamente o distanciamento entre os shows, que fará com que o público possa melhor avaliar a qualidade das atrações, ao mesmo tempo que gera destaque maior às atrações do evento”. Também estão previstos dois concertos didáticos, um numa escola pública com Paulo Freire, e o outro num asilo, com Rogério Gulin e Oswaldo Rios.
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Os ingressos podem ser adquiridos na loja Estoque do Mascate, do Shopping Mueller, a 10 reais. Mais informações pelo telefone (41) 3026-4808.