Curitiba deve ganhar um novo ponto de memória. Trata-se do Museu da Periferia (MUPE), cuja instalação começa a ser projetada no bairro Sítio Cercado. A iniciativa faz parte de um projeto do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), que está trabalhando na implantação de onze novos museus com foco social no País, sendo que cinco deve ser inaugurados até o final deste ano.
“O museu do Sítio Cercado está entre os cinco, junto com espaços que serão inaugurados no Rio de Janeiro, Recife (PE), Belém (PA) e Brasília (DF). Provisoriamente, o MUPE de Curitiba deve funcionar na sede da Associação Cultural de Negritude e Ação Popular (ACNAP) do Sítio Cercado”, afirma o diretor de processos museais do IBRAM, Mário Chagas, que está ministrando uma oficina na capital, onde são abordados temas como museu clássico e contemporâneo.
O novo ponto de memória da cidade poderá conter fotos, invenções da comunidade, objetos ligados a expressões artísticas e outros artigos que remetam ao passado da população do Sítio Cercado, que sofre com problemas como violência, baixa renda e desqualificação urbana.
“O museu irá visar a valorização da dignidade social. Ao trabalhar sua própria memória, a comunidade também pode fazer uma projeção de futuro, construindo uma nova realidade”.
Na opinião de Mário, não basta os museus já existentes proporcionarem acesso às populações mais carentes. É preciso que haja uma democratização da ferramenta museu.
“As pessoas devem poder se apropriar desta ferramenta e utilizá-la da maneira que desejarem. Através dos museus, elas podem exercer seus direitos à cidadania”, diz.
O projeto do IBRAM conta com o apoio do Ministério da Cultura (MINC) e do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Tem como meta para os próximos anos chegar a diversas cidades brasileiras. Em Curitiba, a instalação do museu no Sítio Cercado foi sugestão do Pronasci.