O corpo do escritor João Gilberto Noll, de 70 anos, está sendo velado nesta quarta-feira, 29, na capela 9 do Cemitério João 23, na zona sul de Porto Alegre. O autor, segundo os familiares, foi vítima de um mal subido nessa terça-feira, 28, em seu apartamento localizado na rua Fernando Machado, no centro histórico de Porto Alegre.

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“Ele tinha um curso na terça-feira à tarde no espaço cultural Aldeia aqui em Porto Alegre e não apareceu. Ele nunca faltou. Sempre foi responsável e pontual. Tentamos ligar o dia todo e nada. Como eu tenho a chave do apartamento dele, resolvi ir até lá e o encontrei caído no chão”, explicou a sobrinha de Noll, Julia Noll, 34 anos, que aguardava a chegava dos pais.

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Maria Alice Noll, uma das irmãs do escritor, lembra que João Gilberto Noll era um autor muito reservado. “O Beto era muito na dele, entende? Não gostava de visitas e também não era muito social, não. Mas adorava conversar com as pessoas na rua e frequentava muito uma cafeteria da rua Padre Chagas, no bairro Moinhos de Vento”, revelou a irmã. Segundo Maria Alice, um dos livros do autor, intitulado ‘A Fúria do Corpo’, foi dedicado a ela e sua outra irmã. “Fui obrigada a ler o livro. Era muito forte, muito pesado mas li até o final”, disse.

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Amiga de infância do escritor, Elisabeth Sirangelo, 72 anos, lamentou a morte de um grande escritor gaúcho e recordou que quando era pequena brincava com João Gilberto Noll de procissão. “Éramos vizinhos de muro. Subíamos nas árvores e brincávamos de procissão em volta da casa. Ele dizia que queria ser padre. Beto era muito religioso naquela época. Foi meu primeiro amigo na infância”, lembrou emocionada.