Cordas femininas fazem serestas

O CD Serestas, trabalho de estréia do Duo Lua Branca que inaugura a parceria do selo Borage Diskos com a Distribuidora Independente/Trama, traz o charme de sua formação: a violonista Laura Campanér e a flautista Mônica Camargo.

As duas têm experiência em trabalhos individuais. Laura Campanér é formada em violão erudito e faz parte do corpo docente do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, em São Paulo, e Mônica é flautista da Orquestra Sinfônica de Santo André e da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo.

O Duo Lua Branca confirma uma forte tendência que existe no cenário atual para a formação de grupos instrumentais composto por mulheres. Assim, é natural que o lançamento de Serestas ocorra neste mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.

O CD, como diz o título, traz uma série de canções seresteiras que marcaram nossa história musical. Músicas como A Banda (Chico Buarque), Ontem ao Luar (Catulo da Paixão Cearense/Pedro Alcântara) e Carinhoso (Pixinguinha/João de Barro) estão reunidas num repertório que nos transporta para um lugar imaginário – talvez para uma praça, um coreto de uma pequena cidade – através da suave sonoridade proporcionada pela união entre a flauta e o violão.

Também estão presentes canções como Luar do Sertão (Catulo da Paixão Cearense), Felicidade (Lupicínio Rodrigues) e Rancho Fundo (Ary Barroso/Lamartine Babo), estas mais próximas da música de raiz. A simplicidade dos arranjos, baseados na linguagem “solo-acompanhamento” típica desta formação de duo, dá unidade e beleza ao trabalho.

Sem se distanciar dessa característica, há também espaço para um diálogo entre os dois instrumentos, que se revezam no solo de melodia nas músicas Beijinho Doce (Nhô Pai) e A Noite do Meu Bem (Dolores Duran).

O disco traz ainda duas músicas inéditas, Uma Voz e Filme Triste, compostas por Laura Campanér. A música Lua Branca, da opereta O Forrobodó, de Chiquinha Gonzaga, que dá nome ao duo, não poderia faltar a esse delicado memorial brasileiro.

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