Contra o genocídio do povo palestino

…impondo um cerco de ferro e fogo contra as cidades, vilas e acampamentos de refugiados palestinos. Essa brutal escalada causou, apenas a partir de 28 de setembro de 2000, mais de 1.700 mortos, dos quais 350 vítimas menores de 12 anos (mais de 20%); mais de 36 mil feridos (1% da população palestina); milhares de casas de família destruídas total ou parcialmente; a Cruz Vermelha impedida de socorrer os feridos; jornalistas banidos violentamente do teatro de operações; familiares impedidos de recolherem e enterrarem dignamente seus mortos. Enquanto isso, os cadáveres estão em decomposição nas ruas das cidades palestinas, o que pode causar uma catástrofe ambiental. Dezenas de milhares de árvores arrancadas, desrespeito aos santuários, um sem-fim de danos materiais, econômicos e uma sistemática violação dos direitos humanos mais elementares, do direito internacional, sem falar do apelo da comunidade internacional pela retirada imediata das tropas de ocupação israelenses traçam um cenário sangrento que clama a todos os amantes da justiça e da liberdade que canalizem suas energias e forças para socorrer o povo palestino das garras da ocupação e da opressão.

A política belicista do governo israelense do sangüinário terrorista general Sharon tem o objetivo de dobrar a legítima resistência do povo palestino contra uma ocupação militar de 34 anos, destruir a Autoridade Nacional Palestina, e aniquilar a liderança do presidente Yasser Arafat, democraticamente eleito e dirigente histórico da luta palestina pela independência; política que não se conseguiria levar a cabo sem a complacência e o apoio ilimitado do governo dos EUA encabeçado pelo presidente Bush, em flagrante violação do direito internacional, das resoluções da ONU e da Convenção de Genebra.

É uma responsabilidade internacional fazer frente a essa gravíssima situação que ameaça a paz e a estabilidade no Oriente Médio e no mundo. Depois de um século de guerras, morte e destruição, deve ser encarada, sem demora, aplicando-se a única solução duradoura, a qual deve basear-se no direito internacional, aplicando-se as resoluções do Conselho de Segurança e da Assembléia Geral da ONU, entre outras, a 181, de 29/11/47, e a 194, de 11/12/48, referente ao direito de retorno dos refugiados palestinos, a 242 e a 338. A retirada imediata do exército de ocupação israelense de todos os territórios, ocupados em 1967, o desmantelamento dos assentamentos de acordo com as sucessivas resoluções da ONU, o imediato estabelecimento dO Estado Palestino com capital em Jerusalém, e a aplicação da resolução 194, referente aos mais de 4 milhões e meio de refugiados. Essa é a única via para se conseguir uma paz justa e definitiva.

Saudamos as forças de paz em Israel e a sua emergente voz contra a política militarista, genocida e de ocupação de seu governo, a recusa de um número cada vez maior de oficiais e soldados israelenses em servir nos territórios ocupados da Palestina, e um movimento em favor de uma convivência pacífica entre os povos palestino e israelense baseada no respeito mútuo e no direito de viver em paz, forjando um futuro digno para as gerações futuras.

A crescente solidariedade internacional com a luta justa do povo palestino fará fracassar os planos daqueles que em Israel pretendem impor aos palestinos um sistema de “apartheid” semelhante ao tão odiado e combatido na antiga África do Sul.

O Brasil foi um dos principais patrocinadores da Resolução 131 da ONU (sob a presidência de Osvaldo Aranha), que autorizou a criação de dois Estados, um palestino, outro israelense. Tem um compromisso moral e político com o povo palestino. O governo e o povo brasileiros devem participar, junto aos outros países, e no seio da ONU e demais instâncias mundiais, de um imediato e claro esforço para defender os inalienáveis direitos do povo palestino e consagrar uma paz justa e duradoura.

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