Marco Antônio Gimenez gosta de brincar que sua entrada no elenco de Malhação, da Globo, foi fruto de uma conspiração dos "deuses". Convidado para fazer uma pequena participação e tapar o "buraco" deixado por Alexandre Slaviero, que se acidentou durante a gravação de uma cena, o ator pensou que ficaria no ar, no máximo, por três semanas. E parecia isso mesmo. Nos capítulos de sua terceira semana, seu personagem deixaria a trama, já que o "pai" seria transferido e ele largaria o colégio. Mas na época houve uma reunião de avaliação e ficou decidido que Urubu permaneceria como o antagonista do "folheteen". "Para a minha alegria, o personagem caiu no gosto do público e, claro, da direção da emissora", recorda.

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Empolgado em dar vida ao Urubu, Marco Antônio garante que tem se divertido bastante em "Malhação". Para o ator, o ponto mais interessante é ver que o personagem está sempre fazendo de tudo para se dar bem. "Ele abusa da simpatia e da lábia para que todos façam o que ele quer", analisa. Apesar da pequena experiência na tevê ele só havia feito participações em Um Só Coração e em Mulheres Apaixonadas , o ator garante que não tem encontrado dificuldades. Pelo contrário. "A novela é um grande aprendizado. E tenho a ajuda de todos", elogia. Por outro lado, Marco Antônio mostra um espírito prático que simplificou o próprio trabalho na hora de fazer a composição do papel. "Todo personagem tem um pouquinho da gente. Basta encontrar essas nuances que estão guardadas e colocá-las para fora", ensina.

Apesar de ser de uma família de artistas é filho dos atores Jece Valadão e Vera Gimenez e meio-irmão da apresentadora Luciana Gimenez , Marco Antônio nunca pensou em seguir a carreira. Tanto que na hora do vestibular, cravou na opção Comunicação Social. Cumpriu dois períodos e abandonou. "Queria ser comentarista esportivo, já que adoro futebol. Mas percebi que meu lugar era nos gramados", conta. Foi quando resolveu estudar Educação Física. Novamente, não terminou a faculdade. Nessa época, fazia estágio no Botafogo de Futebol e Regatas, clube onde atuou como instrutor de futebol de salão e de campo. "Recebi convite para fazer um curso de interpretação. Para não me arrepender mais para frente, resolvi experimentar. Não larguei mais", recorda.

O gostinho pelo teatro fez com que Marco Antônio abandonasse o clube e se dedicasse apenas aos palcos. E para bancar os cursos de interpretação, passou a atuar como modelo de comerciais. "Descobri um outro universo. Antes, tinha medo de ser mais cobrado por ser filho de atores. Não aconteceu nada disso", pondera. Marco Antônio, então, começou a correr atrás de testes para ator. Mas o caminho não foi fácil. Foi reprovado em vários até conseguir uma participação na novela Mulheres Apaixonadas, de 2003, onde interpretou o Padre Olavo. "Ficava muito nervoso na hora de fazer os testes", admite.

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