Conquistas bem lembradas

O quadro “Copas de Mel” foi um verdadeiro “gol de placa” da Globo. Logo na estréia, o episódio que mostrou a conquista da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, foi o responsável pelo pico de audiência do “Fantástico”: 38 pontos. A direção da emissora ficou tão satisfeita com o resultado que já pensa em lançar a série em DVD.

Neste domingo, vai ao ar o terceiro episódio da série, ambientado na Copa do México, em 1970. Nele, Mel e Jiló, personagens de Denise Fraga e Selton Mello, vão continuar interferindo nas partidas do escrete canarinho. “Copa do Mundo é que nem Natal e Reveillon. Querendo ou não, todos se unem em torno de um mesmo propósito”, acredita Denise.

As aventuras futebolísticas do casal começaram em 1958. Fã assumida de Pelé, Mel arranjou um jeito de entrar disfarçada de homem no navio que levava a seleção para a Suécia. No porão, ela conhece e se apaixona por Jiló, o roupeiro da delegação. Os dois, porém, só vêm a se casar quatro anos depois, na Copa do Mundo do Chile, em 1962. “Nos anos em que eles estiveram separados, o Brasil perdeu o título”, brinca Selton. O tão esperado reencontro de Mel e Jiló aconteceu em 1970, quando a seleção conquistou o tricampeonato no México.

De chumbo

O terceiro episódio da série possui uma forte conotação política. E não poderia ser diferente. Afinal, o Brasil vivia os anos de chumbo da ditadura militar. Jiló não gosta nem um pouco de saber que o treinador João Saldanha foi afastado da delegação por ser filiado ao Partido Comunista e resolve pedir demissão em protesto. E mais: decide também seqüestrar o embaixador norte-americano no Brasil, Charles Elbrick, e pedir a volta de João Saldanha ao escrete como resgate. O plano, no entanto, dá errado e Jiló acaba sequestrando Pancho, o motorista mexicano do embaixador, interpretado por Otávio Mesquita.

Como já se tornou recorrente no cinema, em filmes como “Forrest Gump – O Contador de Histórias”, de Robert Zemeckis, e “Zelig”, de Woody Allen, “Copas de Mel” também mistura ficção e realidade. Para tanto, o diretor Luiz Villaça, marido de Denise, mescla cenas de arquivo e depoimentos de jogadores, como Tostão, Rivelino e Jairzinho. Villaça conta que a Globo não sabia muito bem o que fazer com “Copas de Mel”. Alguns diretores sugeriram uma microssérie. Outros votaram por um especial. Villaça preferiu que a série ocupasse o lugar do “Retrato Falado” durante o mês de maio. “A única recomendação que fiz foi aumentar a duração de 10 para 20 minutos. Todo mundo adorou. Já sugeriram até que virasse DVD”, entusiasma-se o diretor.

Boas lembranças

A seleção brasileira, diga-se de passagem, tem um valor afetivo na vida de Denise Fraga e Luiz Villaça. A exemplo do que acontece em “Copas de Mel”, o casal também tem a sua Copa inesquecível. No caso, a de 1994, nos Estados Unidos. Denise tinha acabado de conhecer Villaça, que a convidou para participar de seu segundo curta-metragem, “Até a Eternidade”. O título logo se mostrou profético. “Vimos todos os jogos juntos. Ao término das partidas, íamos comemorar na Avenida Paulista. Foi muito bacana”, derrete-se a atriz. Depois da Copa, vieram o casamento, os filhos, o filme “Por Trás do Pano” e, há dois anos, o quadro “Retrato Falado”, do “Fantástico”.

O último episódio de “Copas de Mel” vai ao ar no próximo domingo, horas antes da estréia do Brasil contra a Turquia, às seis da manhã.

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