Projeto Broadway

Com Daniela Mercury como madrinha, novo teatro é inaugurado em Curitiba

Escolhida como madrinha do projeto, Daniela esteve na inauguração do teatro em Curitiba, na semana passada. Foto: Reprodução/Instagram

Se as pessoas soubessem o quanto o teatro pode fortalecer uma pessoa em vários âmbitos da vida, haveria mais incentivo a essa forma de arte em nosso país. Foi pensando nisso que Curitiba ganhou, na semana passada, um teatro dedicado à música. O Projeto Broadway, a única escola de formação teatral musical do Sul do Brasil, agora tem seu próprio espaço para as apresentações, que fica no Centro de Curitiba.

Como madrinha, o projeto escolheu ninguém menos do que Daniela Mercury, uma das cantoras que mais luta nessa busca para que a arte seja valorizada. Em sua passagem por Curitiba, para a inauguração do teatro, Daniela reforçou a ideia de que precisamos, cada vez mais, investir em quem movimenta a cultura, principalmente a local. “É muito difícil fazer arte no Brasil. O teatro por si só é um templo da arte. E o Projeto Broadway, embora seja pequeno, se tornou um espaço funcional justamente para acolher por mais tempo as peças”, comentou a cantora.

Cantora esteve presente na inauguração do espaço, na semana passada. Foto: Divulgação
Cantora esteve presente na inauguração do espaço, na semana passada. Foto: Divulgação

Daniela, que além de madrinha também é mãe de uma das diretoras do projeto, Giovana Povoas, disse que a ideia é fazer com que as pessoas, pouco a pouco, se acostumem com os espetáculos na cidade. “Porque é sempre muito difícil produzir espetáculo no Brasil. O show business no mundo, nos Estados Unidos, por exemplo, é muito valorizado pelas pessoas e a indústria criativa faz crescer até mesmo o PIB (produto interno bruto), mas por aqui, as coisas são diferentes”.

As peças do Projeto Broadway, todas produzidas pelos próprios alunos da escola de formação que leva o mesmo nome, vão ser feitas praticamente sem fins lucrativos, a não ser que seja para bancar os custos de cada espetáculo em si. “E é assim que funciona no país. A grande maioria dos espetáculos não tem fins lucrativos, por isso é difícil. Temos editais de empresas, fundações que fazem, algumas leis brasileiras que estão demonizadas como a Rouanet, que visa estimular a sociedade a apoiar produções culturais relevantes, mas esse estimulo a produção da arte só quem pode fazer é um grupo que não se meta em política”, explicou Daniela Mercury.

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Além de madrinha do projeto, Daniela também é mãe de uma das diretoras do teatro, Giovana Povoas. Foto: Divulgação
Além de madrinha do projeto, Daniela também é mãe de uma das diretoras do teatro, Giovana Povoas. Foto: Divulgação

Num desabafo, Daniela aproveitou para comentar sobre a retirada do Ministério da Cultura. “Num momento em que beiramos a quarta revolução industrial, em que a indústria criativa tem esse berço imenso de empregos, não consigo imaginar como vai ser. Para se ter uma ideia, R$ 1 milhão investido na indústria criativa gera 100 empregos, o mesmo valor investido na indústria automobilística gera 4 empregos. É por isso que, nos EUA, a indústria criativa é maior do que a automobilística e a bélica. Por aqui, estamos na contramão da história e espero profundamente que o país encontre soluções, porque é um fomento não só ao emprego, ao trabalho, como também manter a nossa cultura. A arte tem um valor extraordinário”.

Segundo Daniela, o discurso tóxico que tomou conta do país na época de eleição não leva a lugar algum. “Sempre houve democracia, sempre houve muitas formas de pensar, contribuições. Trabalho rodando o mundo e sonhando em ver meu país melhor. Como cidadã e militante social posso me manifestar, sonhar, e acho que somos um país que escolhemos um caminho de pluripartidarismo porque somos muito diversos. É preciso que a gente se acolha, em todos os olhares sobre nós, para que enriqueçamos”, desabafou a cantora.

O sonho da cantora, que é uma das mais representativas do axé baiano, é que os brasileiros se olhem e se admirem. “Eu brigo porque a gente fala mal de nós. Brigo porque o brasileiro é cruel consigo mesmo. Quero mais amor e vou cantar sempre, como sempre fiz, para que o mundo fique mais amoroso e que os direitos humanos sejam respeitados, porque não existe uma pátria com 220 milhões de habitantes, sem que a gente tenha que pensar que a grande maioria precisa ter perspectiva de vida, se não a gente não vai ser feliz e nem teremos uma economia forte. Tem que haver respeito à diversidade, a riqueza cultural e temos que nos amar do jeito que somos. Não tem país no mundo que tenha se desenvolvido se afastando, se separando e se maltratando”.

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Cantora lamentou fim do Ministério da Cultura e disse que gostaria que houvesse mais respeito à diversidade no Brasil. Foto: Reprodução/Instagram
Cantora lamentou fim do Ministério da Cultura e disse que gostaria que houvesse mais respeito à diversidade no Brasil. Foto: Reprodução/Instagram

Arte valorizada

Localizado no coração do Centro de Curitiba, na Rua Presidente Faria, o teatro também vai ser uma abertura para que as pessoas conheçam a escola de modo geral. Isso porque além das peças, são vários cursos ofertados que vão dos mais longos, com formação avançada, aos projetos mais cursos. A maioria deles, além do teatro, engloba desde aulas de canto, interpretação da música, teoria musical, canto em coral, ballet para teatro musical, jazz musical, sapateado, até a história do teatro musical.

Além dos espetáculos, que vão ficar em cartaz no próprio teatro, o projeto também vai estender alguns projetos para outros teatros da escola. Desde a inauguração, está em cartaz o musical ‘Rocky Horror Show’, que foi premiado como melhor musical da região Sul do país. “Os artistas curitibanos são muito bons e estavam tendo que ir para São Paulo ou fora do país para mostrar seu trabalho, por isso fizemos em Curitiba um teatro para valorizar os artistas que são daqui”, finalizou Giovana Povoas, uma das diretoras do Projeto Broadway.

“É por isso que, apoiar e ser madrinha desse teatro é algo tão importante para mim. Minha filha, baiana, se juntou com dois paranaenses e botaram em pé essa ideia de fazer uma escola e agora um teatro. A arte é fundamental, é libertária. E ter a chance de se expressar através dela, seja como amador ou profissional, é uma experiência preciosíssima. Torço muito para que essa ideia da companhia se espalhe pela cidade”, completou Daniela.

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