Com cacau, pimenta, açúcar e afeto

Chocolate com Pimenta tirou o gosto amargo que a Globo estava provando com as últimas novelas das seis, as desastradas Coração de Estudante, “Sabor da Paixão e Agora É Que São Elas. A produção de Walcyr Carrasco fez a emissora aumentar em pelo menos 12 pontos o horário, com 38 de média, e atingir excelentes picos de 43 pontos. Mais do que isso, apostar novamente em tramas de época para o horário das seis. Tanto é que o “remake” de Cabocla, que vai se passar entre 1910 e 1930, estréia no próximo dia 10 de maio. O maior acerto para explicar o sucesso de “Chocolate” começa com Mariana Ximenes. Escalada pela primeira vez para protagonizar uma novela da Globo, a belíssima atriz paulistana de 23 anos mostrou carisma e competência para encarar as agruras tradicionais de uma heroína romântica.

Acompanhada por um elenco muito bem escalado, Mariana Ximenes conseguiu convencer tanto na fase “patinho feio” de Ana Francisca quanto no processo de glamourização que a personagem sofreu no decorrer da história. Na sexta novela de um carreira meteórica – ela começou em 1998 em “Fascinação”, no SBT -, a atriz provou ter “pegada” para convencer o público a torcer por suas heroínas. E em “Chocolate” sem ter usado tanto da sensualidade – arma bastante eficiente como isca de audiência e que suas personagens utilizaram de sobra, por exemplo, na minissérie “A Casa das Sete Mulheres” e na novela “Uga Uga”. Nem mesmo o fato de ter feito par romântico com o insosso Murilo Benício abalou a performance de Mariana. O volúvel Danilo já era um personagem desinteressante desde a sinopse e não ganhou nenhum charme com a interpretação burocrática do ator.

Voltar ao topo