O cinema brasileiro vive a sua pior fase de incentivos públicos federais na última década. Dados da Secretaria Especial de Cultura, que compila informações sobre a Lei Rouanet, apontam que, neste três primeiros meses de 2019, estatais federais repassaram um total de R$ 1,029 milhão em incentivos para projetos audiovisuais, por meio de mecanismos de renúncia fiscal.

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Mantida a média deste primeiro trimestre, as estatais fechariam o ano com um desembolso total de R$ 4,1 milhões em incentivos, menos da metade dos R$ 9,7 milhões que alocou no ano passado.

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Na manhã desta terça-feira, 26, Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, decidiram ir ao cinema, mas para ver um filme americano. Foram a uma sessão reservada e de pré-estreia do filme religioso Superação: O Milagre da Fé. O filme, que estreia em 11 de abril, tem direção de Roxann Dawson.

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Os incentivos da Lei Rouanet sempre foram um dos principais alvos de críticas de Bolsonaro, sob alegação de que favorecem apenas grandes artistas e eventos e de que não ajudaria a fomentar a arte no País.

Dez anos atrás, em 2009, os repasses totais da Lei Rouanet naquele ano chegaram a R$ 267,6 milhões, com uma fatia de R$ 34,2 milhões aplicados no setor audiovisual. De lá para cá, os incentivos só despencaram, chegando ao total de R$ 88 milhões no ano passado, com uma parcela de R$ 9,7 milhões ao audiovisual, conforme dados oficiais.

Ano Incentivos ao audiovisual (em R$)

2009 34.249.220,13

2010 37.087.603,78

2011 35.756.624,43

2012 29.759.519,75

2013 35.574.808,65

2014 16.927.549,94

2015 18.551.955,11

2016 15.412.132,15

2017 13.174.795,22

2018 9.764.289,90

2019* 1.029.697,77

Fonte: Secretaria da Cultura, Lei Rouanet, *1 de janeiro a 26 de março