Quando John Hughes morreu, em 2009 – aos 59 anos -, todos os obituários destacaram que ele havia sido o poeta da juventude norte-americana dos anos 1980, que revelou por meio de uma série de comédias, às vezes doces, outras mais satíricas. Como produtor e diretor, Hughes não deu apenas voz aos adolescentes daquela época. Deu-lhes um rosto. Transformou Molly Ringwald na garota da porta ao lado de sua geração e ofereceu papéis emblemáticos a Emilio Estevez, Judd Nelson, Anthony Michael Hall e Ally Sheedy.
Gatinhas e Gatões, Curtindo a Vida Adoidado, Ela Vai Ter Um Bebê. Numa outra vertente, Hughes e o diretor Chris Columbus ‘descobriram’ Macaulay Culkin e fizeram dele o Rambinho infantojuvenil da série Esqueceram de Mim, que também fez história em Hollywood. Mas de toda obra de Hughes, se fosse preciso guardar um só título teria de ser O Clube dos Cinco/The Breakfast Club, que em 2015 completa 30 anos. A data foi celebrada nos EUA, onde o filme tem status de cult, com direito a reestreia em sessões à meia-noite que atraíram os outrora jovens e hoje quarentões, senão cinquentões (e até mais).
O Brasil integra-se às comemorações por meio do Blu-Ray. O Clube dos Cinco está saindo numa edição comemorativa que inclui, além do próprio filme remasterizado, com som e imagem impecáveis, um atraente conjunto de extras, que tem ainda documentário sobre a produção e entrevistas com o elenco. Na época, surgiram outros filmes que também deram testemunhos geracionais, como The Return of the Secaucus Seven, de John Sayles, e O Reencontro, de Lawrence Kasdan – sobre uma geração um pouquinho mais velha – e O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas, de Joel Schumacher, sobre a mesma faixa etária.
O Clube dos Cinco é sobre cinco adolescentes que cometem transgressões na escola e ficam de castigo. A ‘ousadia’ de Hughes foi ter feito um filme na embocadura de seus jovens. Eles se sentam, vencem as próprias resistências e conversam. Falam sobre tudo. Para Entertainment Weekly – a revista é citada na capa – “é o melhor filme sobre estudantes já feito”. O bom de(re)ver O Clube dos Cinco é que prepara o público para o retrato de outra geração – os jovens atuais – em Cidades de Papel, novo filme adaptado de John Green (e que deve trazer o escritor ao Brasil nesta semana). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.