Cláudia Ohana estréia no SBT em Canavial

Cláudia Ohana tem uma predileção declarada: personagens complexos, que exigem composição. Mas nem o fato de a doce Débora Faberman, de Canavial de Paixões – com estréia marcada para o dia 13 de outubro -, ser um tipo simples a desmotivou no convite do SBT para fazer uma participação de apenas três capítulos na trama. “Eu sempre gostei de personagens ímpares. Mas recebi uma proposta muito boa e não tinha porque recusar”, avalia a atriz, que emplaca a 11ª novela da carreira, a primeira fora da Globo.

A primeira aparição de Cláudia na tevê foi no seriado global Obrigado Doutor, com Francisco Cuoco e direção de Walter Avancini, em 1981. Depois, ela integrou o elenco da novela Amor Com Amor Se Paga, de Ivani Ribeiro, em 1984, mas não se empolgou com o trabalho na televisão. Acostumada com o cinema -onde começou a carreira em 1979 com o longa Amor e Traição, de Pedro Camargo -Cláudia diz que foi muito difícil se adaptar à telinha. “Eu estava muito despreparada. E novela é feita às pressas, com pouca atenção para o ator”, admite.

A atriz preferiu dar seqüência à bem-sucedida trajetória no cinema. Um dos destaques foi Erêndira, de 1983, uma co-produção entre Brasil, México e Alemanha, baseada no texto de Gabriel García Márquez. Sua interpretação como uma menina que era prostituída pela avó lhe rendeu até propostas para trabalhos na Europa e um ensaio na Playboy americana – posteriormente, ela foi capa da edição brasileira da revista. Mas a limitação dos papéis que recebia – sempre de tipos latinos – e a necessidade de impulsionar a carreira no Brasil fizeram com que a atriz decidisse apostar na tevê. “Se você quer ser uma atriz por aqui, a tevê é o mais importante. Senão eu tinha ficado lá fora e me tornado uma atriz latina na Europa”, aponta.

Entendendo a TV

Cláudia ficou sem fazer novelas até ser convidada, em 1989, para interpretar a personagem-título de Tieta, de Aguinaldo Silva, na fase jovem – depois de mais velha, a personagem foi feita por Betty Faria. A partir daí, ela não parou mais. Em seguida, ganhou um papel em Rainha da Sucata, de Sílvio de Abreu, como a repórter Paula. “Mas eu ainda não gostava de fazer tevê”, lembra. Cláudia afirma que só aprendeu a trabalhar na telinha quando interpretou a misteriosa cantora Natasha, em Vamp, de Antônio Calmon. “Só ali eu entendi como agir, como brincar. Quando você começa a curtir, fica legal”, analisa a atriz, que considera que o sucesso alcançado pela trama contribuiu para seu desenvolvimento.

Canavial

Agora, em Canavial de Paixões, a atriz interpreta Débora, a carinhosa esposa de Fausto, personagem de Jandir Ferrari, e mãe de Clara, a protagonista vivida por Bianca Castanho. Com a morte de Débora em um acidente de carro, sua irmã Raquel, de Helena Fernandes, casa com o cunhado e leva Fausto a duvidar da paternidade de Clara. Isso porque Débora teve um romance juvenil com o usineiro Amador, vivido por Victor Fasano – que também deixa a trama ainda na primeira semana. “Aí ela passa a ser caluniada e quem sofre as conseqüências é sua filha”, narra.

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