Lobão abraça Maria Juçá, gerente do Circo.

“A noite vai ser boa/ De tudo vai rolar/ Decerto que as pessoas querem se conhecer/ Se olham e se beijam numa festa genial.” Foi com estes convidativos versos de Noite do Prazer, sucesso do extinto grupo Brylho, que Arnaldo Brandão deu arrancada à parte musical da festa de inauguração do novo Circo Voador, anteontem, na Lapa, região central do Rio de Janeiro. A noite prometia e cumpriu.

Cerca de 2 mil convidados – nenhuma celebridade decorativa e deslocada, felizmente – beberam de graça, tomaram chuva, alguns mataram a saudade do velho circo, outros se divertiram com a novidade. Foram brindadas com hits da jovem guarda roqueira dos anos 80, hoje quarentona, que faz parte da história do Circo – que ficou muito bonito, moderno, confortável e com bom som – e vice-versa.

A produtora Maria Juçá, responsável pela volta do espaço cultural, abriu a noite dando as boas-vindas à nova geração e dizendo que o Circo é “uma vírgula na Lapa”. Num breve discurso, agradeceu os colaboradores, incluindo a Prefeitura do Rio e o prefeito César Maia, que há oito anos cassou o alvará de funcionamento do local por causa da hostilidade com que Luiz Paulo Conde (seu candidato à prefeitura na época) foi recebido pelo público num show do grupo punk Ratos do Porão. “Por mais que César seja uma pessoa arredia, foi impecável. Tudo o que a gente pediu a gente teve”, defendeu Juçá, tentando abafar a sonora vaia que o prefeito recebeu.

O secretário municipal de urbanismo, Alfredo Sirkis, reforçou a defesa. E os ressentimentos ficaram para trás também no aspecto musical: como disse um colega de platéia, foi engraçado ver Lobão tocando bateria com o arremedo da Blitz. Lobão saiu da banda antes do sucesso, por discordar de sua linha sonora. Hoje, Evandro Mesquita carrega a ossada, mas ainda dá caldo. Foi a única das atrações a cantar três músicas: A Dois Passos do Paraíso, Geme Geme e Você Não Soube me Amar. Pelo palco do novo Circo passaram ainda George Israel (Kid Abelha), Marcelo Haiena (Uns e Outros), Humberto Effe (dos Picassos Falsos, que voltaram a gravar depois de muito tempo).

O melhor da noite foi o Barão Vermelho com Pro Dia Nascer Feliz. Uma celebração. Cazuza, aliás, será homenageado também amanhã, no evento “Faz Parte do Meu Show” pelos parceiros de Brasil, do Barão, Lobão e Arnaldo Brandão. Frejat já tinha outro compromisso, mas deixou sua impressão: “Vida longa ao Circo e que a gente faça bom uso dele”.

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