Cinemas deverão exibir filmes nacionais por no mínimo 28 dias por ano

Em 2008, os cinemas brasileiros deverão exibir filmes nacionais 28 dias por ano, no mínimo. A Cota de Tela – dispositivo legal que garante espaço para o cinema brasileiro em todas as salas e fixa o número de dias para a exibição – foi mantida para o ano de 2008 pelo Decreto 6.325/07. Segundo Nilson Rodrigues, diretor da Agência Nacional de Cinema (Ancine), a cota depende da capacidade do cinema.

? Os complexos menores, de uma ou duas salas, têm mais acesso às cotas (28 dias). Os complexos intermediários, que têm condição de compor uma produção mais atrativa, têm mais condições também de colocar o filme brasileiro em sua programação. Esses têm uma responsabilidade maior, um número maior de dias. Esses complexos entre seis e nove salas têm um número maior de dias a serem cumpridos?.

No último ano, a produção nacional cresceu em torno de 12%. ?Nós estamos em um momento de afirmação de crescimento da indústria do cinema brasileiro. No ano de 1992 nós estávamos lançando menos de cinco títulos brasileiros. Esse é o movimento que nós perseguimos. Apoiamos a produção, criamos condições para que o produto brasileiro seja distribuído e valorizamos as salas de cinema que exibem mais o filme brasileiro?.

Para Rodrigues, um dos grandes problemas da baixa freqüência nas salas é a falta de uma política que estimule a população a  freqüentar o cinema. ? Nós precisamos criar situações de estimular as pessoas a freqüentarem o cinema, precisamos ter mais salas disponíveis, mais próximas às pessoas. Muitas pessoas não freqüentam o shopping center, então nós estamos desenvolvendo, como a construção de novas salas?.

Para Assunção Hernandes, diretora da Raíz Produções, no mercado há mais de 30 anos, a cota garante que o público brasileiro tenha acesso a produções nacionais. ?Acho que a cota garante que seja mostrado aos espectadores um produto brasileiro no seu país. A questão de público é, na verdade, de lançamento, de saber trabalhar com um produto brasileiro. Quando se fazem as promoções do filme com uma tarifa especial, o público comparece. Muitas empresas de exibição têm experiência de fazer um dia por ano de filmes brasileiros e a freqüência é alta?.

O preço dos ingressos, que em muitas cidades chega a R$ 13,00, segundo Rodrigues, pouco interfere na presença do público. ? Na verdade, mesmo levando em conta esse preço médio do ingresso, isso é excludente. O mais grave é o hábito, porque muitas vezes as pessoas pagam R$ 10,00 para três cervejas, mais não se dispõem a pagar para ir ao cinema. Uma grande parcela da população sequer vai ao cinema, muitas vezes não é pelo preço do ingresso, mas pelo hábito. Temos que recuperar esse hábito?.

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