Começando mais uma de suas passagens por Curitiba com um “Tamo Junto”, Paul McCartney inevitavelmente levou o público ao delírio na noite deste sábado (30), no Estádio Couto Pereira. Com lotação máxima, 42.600 pessoas acompanharam o último show de Sir James Paul McCartney no Brasil com a turnê Freshen Up. Numa apresentação grandiosa, mas com tom intimista pela proximidade do ex-beatle com o público, Paul se encheu de gírias, algumas até curitibanas, para agradar ainda mais os fãs.
Programado para começar às 21h30, o músico de Liverpool foi extremamente pontual e entrou no palco até antes, por questão de minutos. Mudando um pouco o repertório, Paul começou a passagem por Curitiba com o clássico A Hard Day’s Night e fechou com a sequência Golden Slumbers/Carry That Weight/The End, já no BIS.
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Com o estádio lotado, num repertório cheio de clássicos, Paul esbanjou bom-humor e carisma, interagindo muito com o público. Na terceira música, brincou com a frase tão falada no país (e que também é o slogan da Tribuna do Paraná), “Tamo Junto”, como se estivesse dando oi ao público que lhe esperava.
Interação e preocupação em se mostrar conhecedor da cidade que se apresenta, Paul também chegou a brincar com os “piás” e “gurias”. Na clássica Hey Jude, quando milhares de cartazes foram levantados com as palavras “na na”, em referência ao refrão, Sir Paul pediu para primeiro “os piás” cantarem, depois “as gurias” e, então, todos juntos.
Na lista do repertório do homem que embalou e embala ainda hoje a trilha sonora de muita gente, Paul tocou algumas músicas dos Beatles, mas o destaque pode se dar a Love Me Do, o primeiro single da banda. No setlist também o destaque ficou para uma homenagem à primeira esposa dele, Maybe I’m Amazed e, para os fãs, momento importante: homenagem a John Lennon, com Here Today. E para aqueles que falam que Ob-La-Di, Ob-La-Da é a pior música dos Beatles, a performance da canção durante o show demonstrou o contrário. O público, animado, embarcou na magia da música com direito até a coreografias.
Algumas mudanças no repertório foram feitas com relação aos dois primeiros shows de Paul no Brasil, no Allianz Parque, em São Paulo. Em Curitiba, por exemplo, Sir Paul incluiu a música Birthday, em homenagem ao aniversário da capital paranaense, celebrado nesta sexta-feira (29). Ao fim, para o BIS, o ex-beatle e três integrantes da banda voltaram com três bandeiras: Paul segurando a do Brasil, um dos músicos a do Reino Unido (origem do cantor) e um terceiro integrante da equipe a bandeira LGBTI+, com as cores do arco-íris. Veja o momento de Hey Jude e também da música incluída como homenagem aos 326 anos de Curitiba:
Celebrando o amor
Em 1993, quando Paul McCartney se apresentou em Curitiba, muita gente conseguiu assistir a passagem do ícone, na Pedreira Paulo Leminski, e a maioria dessas pessoas estava lá no Couto Pereira agora, 26 anos depois. Esse não era o caso de Fernando Seleme e Roseli Seleme: no show anterior, o casal não conseguiu assistir. “Viemos até Curitiba, chegamos no hotel tarde e estava chovendo muito. Acabamos não indo”, comentou Fernando.
Para o casal, que é de Caçador, em Santa Catarina, a emoção de ter conseguido realizar o sonho quase 30 anos depois foi indescritível. “Não sabemos se algum dia vamos poder vê-lo de volta. Por isso que estamos tão felizes em estarmos aqui”, disse Roseli. “É uma emoção muito grande, porque a gente se lembra de 50 anos atrás, da juventude, da adolescência, não ouvíamos outra coisa, só Beatles”, completou Fernando.
Entre um acorde e outro de Sir Paul, que dava som ao papo, mas embalou o casal durante praticamente toda a vida, Roseli e Fernando, que estão juntos há 50 anos, lembraram de muitas músicas que embalaram o romance. “Tem tantas, Hey Jude, Yellow Submarine, Yesterday. Mas o que nós diríamos às pessoas é que vale a pena a boa música, é incrível poder ter recordações. A boa música fica dentro da gente e não sai mais”, disse Fernando, que ainda ouviu, junto com sua esposa, a canção considerada como a mais bela de todos os tempos: Something, composta por George Harrison, ex-beatle que morreu em 2001. Paul, inclusive, surpreendeu o público na introdução da música ao usar ukulele (instrumento havaiano), dando um toque diferente à melodia original.
Tchauzinho do ônibus!
A saída de Paul McCartney do Estádio Couto Pereira não foi demorada. Logo após a última música, em questão de no máximo dez minutos o britânico já estava saindo do local do show. Quem correu para perto da saída se surpreendeu: ao contrário do esperado, Paul não estava no SUV blindado e sim num ônibus. Dando tchau a todos pelo trajeto, o ex-beatle parecia fazer questão deste momento para trazer certa proximidade com os fãs. Esperamos que este não tenha sido um “adeus”, mas sim um “até logo”, Sir Paul.
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