O poeta chileno Pablo Neruda completaria 100 anos no próximo dia 12 de julho. Considerado uma das maiores vozes da América Latina, o escritor ganha duas semanas de comemorações na Biblioteca Pública do Paraná. A programação sobre Neruda – que acontece de 8 a 22 de julho – inclui exposição, palestras e exibição do filme O Carteiro e o Poeta, que relata a relação entre um Neruda exilado e um carteiro italiano.
Um dos destaques da semana será a exposição de 80 trabalhos de alunos do Centro Juvenil de Artes, entidade ligada à Secretaria de Cultura do Paraná, que utilizaram técnicas variadas para representar três poesias de Pablo Neruda: Ode a Colher, Ode a Lagartixa e Ode ao Beija-flor. A coordenadora das oficinas do Centro, Silvia Maria de Gracia Marques destaca que as obras foram indicadas como proposta de trabalho para os alunos de 6 a 15 anos, que participam das atividades da instituição.
Ainda dentro da programação da Semana Pablo Neruda, no dia 12, às 9h, acontece o lançamento do documentário Pablo Neruda e as Artes. No mesmo dia, às 15h, será exibido o filme O Carteiro e o Poeta. E até o dia 16 de julho serão realizadas palestras sobre o geografia do poeta, quando serão abordados a influência de Neruda no Peru, Espanha, México, Uruguai e Brasil.
Sobre o poeta
Em 1904, no lugarejo de Parral, no Chile, nascia Ricardo Neftalí Basoalto, filho de um modesto ferroviário, que a partir de 1920 adotaria para sempre o pseudônimo de Pablo Neruda com o qual seria conhecido mundialmente e receberia o prêmio Nobel de literatura de 1971. Na juventude, mudou-se para Santiago para seguir a carreira de professor de francês e começou a colaborar com revistas estudantis e literárias da época.
Em 1923 lançou sua primeira obra, Crepusculário, que não chegou a alcançar êxito. Porém, no ano seguinte escreveu o livro Veinte Poemas de Amor y uma Canción Desesperada, que foi considerado um fenômeno editorial, sendo provavelmente, a obra poética mais lida nos últimos cem anos, pelo menos nos países ibéricos.
Em 1970, candidata-se à Presidência da República pelo Partido Comunista chileno, mas renuncia para apoiar o socialista Salvador Allende e a Unidade Popular. Em 11 de setembro de 1973 o governo democrático de Allende, do qual Neruda fora embaixador em Paris, foi interrompido pelo golpe promovido por Pinochet. Doze dias depois Neruda faleceu. Seu enterro se converteu no primeiro protesto público contra a ditadura.