Cássio Loredano apresenta sua literatura em traços

Personalidades do universo da cultura, do Brasil e do mundo, precisamente da literatura, povoam o livro Alfabeto Literário (Editora Capivara, 250 páginas), do caricaturista Cássio Loredano. É uma obra de arte.

Chargistas, quadrinistas, jornalistas e apaixonados pelos traços em geral já transformaram a obra em livro de cabeceira.

Marco Jacobsen, chargista aqui da casa, encara Alfabeto Literário como um livro de estimação, pois aonde vai o leva junto. Loredano, diz ele, é elegante nos traços e sutil ao mesmo tempo. E exemplifica a sutileza com o desenho de Drummond de Andrade, em que um ponto de interrogação pende como uma gravata ou corda de forca. É o retrato do poeta sob a ótica do poema E Agora José?.

Lançado em outubro, o álbum chegou ao Sul através da Altamira Editorial, sendo o carro-chefe da Editora Capivara. Segundo o representante Carlos Perrone Alves, há um razoável interesse do público no Paraná e em Santa Catarina. Mas era melhor esperado no Rio Grande do Sul. “Levei o livro para a Feira do Livro de Porto Alegre e a procura era grande, não só porque Luís Veríssimo havia escrito sobre o lançamento, como ele é um dos personagens”, recorda Perrone.

O álbum reúne vinte anos de caricatura de Loredano, carioca de 54 anos. Os trabalhos foram publicados originalmente nos jornais O Estado de S. Paulo e El País (da Espanha). A apresentação é de um fã, Millôr Fernandes. E que, sintético e cortante como um flash, resume o autor e a arte da caricatura: “Filho de um oficial de cavalaria, Loredano desde cedo se sentiu obrigado a desmontar o ser humano”.

De batismo Loredano Cássio Silva Filho, o caricaturista descontrói mas também presta tributo aos seus retratados. Veríssimo, (pai e filho), por exemplo. De A a Z, os personagens vão surgindo em traços refinados. Alguns causam impacto maior, como é o caso de Ibsen, caricaturado pequeno diante de sua grande obra.

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