Carré assusta e emociona

Depois de O Alfaiate do Panamá, levado às telas com Pierce Brosnan, Geoffrey Rush e Jamie Lee Curtis, não vai demorar para que o cinema também procure O Jardineiro Fiel, pois que é outro romance de sucesso de John le Carré, revelado com O Espião que Saiu do Frio, outro filme de espionagem.

O Jardineiro Fiel, aliás, é considerado um dos melhores romances do autor britânico que vem sendo traduzido no Brasil pela Editora Record. Em suas 504 páginas está a história de Justin Quayle, um diplomata inglês e jardineiro amador nas horas vagas. Justin e sua mulher, Tessa, vivem na África. A esposa do diplomata parece ser o seu oposto. Conhecida como a princesa Diana dos pobres africanos, Tessa é uma raridade: uma advogada que acredita na justiça.

Durante uma missão misteriosa, a jovem inglesa é assassinada brutalmente perto do Lago Trukuna, no norte do Quênia. Seu companheiro de viagem, um médico que trabalha junto a ONGs internacionais, desaparece da cena do crime sem deixar vestígios. Com isso, Justin parte em uma odisséia pessoal na busca dos responsáveis pelo assassinato e da verdadeira história de sua própria esposa. Tessa estava envolvida em um processo contra uma grande multinacional farmacêutica que usava africanos como cobaias para testar novos medicamentos contra a tuberculose. Os efeitos colaterais da medicação muitas vezes eram fatais.

A busca de Justin pela verdade o leva até o Ministério de Relações Exteriores, em Londres, à Europa, ao Canadá, de volta à África, ao Sudão e, finalmente, de volta ao ponto onde Tessa morreu. Pelo caminho, ele se depara com horror, violência e conspiração. Mas sua maior descoberta é a mulher que ele teve pouco tempo para amar. Embora apareça morta já nas primeiras linhas, Tessa Quayle vive intensamente ao longo de todas as páginas do livro e tem tudo para se tornar uma grande personagem não só de John le Carré, mas da literatura britânica, tão rica em heroínas românticas.

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