Carlinhos Vergueiro faz tributo a Adoniran e Noel Rosa

A ligação de Carlinhos Vergueiro com Noel Rosa e Adoniran Barbosa é diferente, mas a admiração pelos dois é exponencial. Do compositor carioca, ele conhece profundamente a obra, além das histórias contadas pelos outros. Já do paulista nascido em Valinhos e ícone do samba paulistano, ouviu tudo da boca do próprio, com quem teve o privilégio de conviver de perto. Mais do que íntimo do vasto cancioneiro desses dois gênios, cujos centenários se comemoram neste ano, Carlinhos Vergueiro presta merecida homenagem a ambos hoje, no Tom Jazz, em São Paulo.

No show, o compositor, cantor e violonista intercalará mais de 20 temas de Adoniran e Noel, possivelmente contando histórias ligadas aos dois. “Eu nunca me programo, portanto não sei se vou contar histórias. Uma vez que fiz um show com o Paulinho da Viola e o Toquinho e um amigo veio me dizer que gostou mais das histórias do que das músicas. Eu não sei se encaro isso como elogio ou crítica (risos)”, diz.

Independente dos “causos”, o show, que terá direções geral de Mário Masetti e musical de Ítalo Peron, já vale a presença pela quantidade relevante de clássicos dos dois compositores. O repertório, concebido por Carlinhos, terá temas antológicos de Noel, como Filosofia (samba também cantado por Adoniran no início de sua carreira), Último Desejo, Três Apitos, Conversa de Botequim, Feitiço da Vila e Feitio de Oração (esses três últimos, em parceria com outro gênio que também completaria cem anos em junho de 2010, Osvaldo de Almeida Gogliano, o Vadico).

De Adoniran, pérolas que o eternizaram, como Saudosa Maloca, Samba do Arnesto, Bom Dia, Tristeza, As Mariposa, Apaga o Fogo, Mané, Tiro ao Álvaro e Torresmo à Milanesa, parceria desse craque, nascido João Rubinato, com o próprio Carlinhos Vergueiro. O samba, feito em 1978, foi gravado no ano seguinte por ele, Adoniran e Clementina de Jesus, no disco dela, produzido por Fernando Faro.

Pouco antes de Adoniran morrer, em 1982, ele e Carlinhos chegaram a compor juntos outro samba, Minha Nega, que não entrou oficialmente no roteiro do show, mas, segundo ele, “está na manga” sempre que precisa ser interpretada. A música, pouco conhecida, foi gravada no disco “Adoniran Barbosa – Documento Inédito”, de 1984, com produção de José Nogueira Neto, da Rádio Eldorado, também produtor da apresentação de hoje. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Carlinhos Vergueiro – Tom Jazz (Avenida Angélica, 2.331, Higienópolis). Tel. (011) 3255-0084. Hoje, às 21 h. R$ 50.

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