Cantora Miriam Makeba morre após show na Itália

A cantora sul-africana Miriam Makeba, 76 anos, conhecida em todo o mundo como Mama África, faleceu na madrugada do último domingo vítima de uma parada cardíaca depois de ter participado de um show a favor do escritor Roberto Saviano, ameaçado de morte pela máfia, na região de Nápoles (Sicília).

Voz lendária do continente africano e um símbolo da luta contra o regime do apartheid, Miriam Makeba passou mal depois de ter cantado por 30 minutos em um show dedicado ao jovem autor do livro Gomorra.

Nascida em Johanesburgo, em 1932, Miriam Makeba passou sua infância em Pretória e começou a cantar na década de 1950 com o grupo Manhattan Brothers, após o qual fundou sua própria banda, The Skylarks, que misturava jazz com música tradicional sul-africana.

Em 1963, teve seus discos banidos e cidadania cassada pelo regime racista sul-africano, após depor no Comitê contra o Apartheid das Nações Unidas. Makeba ainda viveu na Bélgica e retornou aos Estados Unidos na década de 1980, onde gravou o disco Graceland com o cantor Paul Simon.

Só pôde voltar a seu país em 1990, após o fim do apartheid. Depois da morte da filha única em 1985, voltou a viver na Europa, mas em 1990 Nelson Mandela a convenceu a retornar para a África do Sul.

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela homenageou, em comunicado divulgado ontem, a cantora. “Ela foi a primeira-dama sul-africana da canção e ostentou com insolente merecimento o título de Mama África, pois foi uma mãe para nossa luta e nossa jovem nação”, dizia a nota.