Completam-se nesta sexta, 27, 75 anos do nascimento de Bruce Lee. Bruce quem? Você sabe, o mundo sabe. O maior lutador de artes marciais da história. O maior farsante. Como é possível que se diga isso? Porque é verdade. Bruce Lee criou um estilo próprio – o Jeet Kune Do – que o catapultou à glória. A morte prematura, aos 33 anos, somente consolidou o mito. Mas, para os puristas do kung fu, a ocidentalização proposta por Lee para triunfar na ‘América’ fez dele o grande indesejado das artes marciais legítimas. Até hoje há quem jure que sua morte prematura, em 1973, após ingerir um simples analgésico, foi coisa da Máfia chinesa.

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Velhas histórias serão desencavadas pegando carona no ciclo que a Sato Company promove em oito capitais brasileiras (capitaneadas por São Paulo e Rio) para comemorar os 75 anos do lendário Bruce Lee. Até dia 2, serão exibidos, no Cinearte, em cópias remasterizadas, quatro dos filmes mais conhecidos do astro – O Dragão Chinês, A Fúria do Dragão, O Voo do Dragão e O Jogo da Morte. Tem gente que sabe tudo sobre Bruce Lee e, com certeza, já repassou esses títulos e percebeu – está faltando o filme pelo qual ele se tornou conhecido, e amado, em todo o mundo. Operação Dragão, de Robert Clouse, de 1973. Para compensar, o evento exibe o documentário Bruce Lee nas Próprias Palavras, de John Little.

Em São Paulo, o Conjunto Nacional apresenta exposição de fotos, pôsteres e stills de época. E haverá neste sábado, 28, às 17h30, também no Cinearte, um debate por quem entende de Bruce Lee, como o jornalista Jotabê Medeiros. Será o caso de lembrar não apenas sua morte, mas a do filho, Brandon Lee, que também despontava como astro e morreu jovem, como o pai, quando o que seria um tiro de festim na filmagem de O Corvo foi substituído por bala de verdade. Como na misteriosa morte do pai, muitos fãs não acreditam na versão oficial, até porque ela é vaga – ‘acidente’. Como assim, acidente? E que tanto acidente podia ocorrer com essa família Lee? Nem se fosse maldição, acreditam.

Bruce Lee nasceu em São Francisco, em 27 de novembro de 1940. O ano do dragão, o signo, sagitário. Uma mistura explosiva. Dos nativos de dragão, costuma-se dizer que possuem grande mobilidade e energia sexual. De Bruce Lee, diz-se mais (quem diz? A voz corrente) que possuía garras de tigre, agilidade de macaco e impulso de gafanhoto. Essas características, todas associadas a estilos de luta no kung fu, ajudaram a esculpir o mito. Ele começou a filmar, como ator mirim, no Oriente. Fez cerca de 20 filmes, dos 6 aos 18 anos. E, então, voltou à América para abrir uma rede de academias e ensinar as milenares artes de defesa dos orientais aos ocidentais.

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Não apenas ensinar – Bruce Lee adaptou-as ao Ocidente. E não adiantou insistir que o kung fu é uma atitude, e que o interior é tão importante quanto o exterior. Para seus detratores, Bruce Lee foi um profanador. Viveu rápido. Drogado, rebelde, womanizer. Conta a lenda que era viciado em sexo. E ai de quem cruzasse com ele, na academia, no ringue ou no set de filmagem, se não tivesse suas muitas doses diárias de ‘esporte’ favorito. A rede de academias estourou, ele se tornou tão conhecido que o kung fu foi parar na TV, no formato de série, mas Lee foi preterido por causa de um ator wasp, David Carradine.

Irado, voltou a Hong Kong e encontrou o produtor Raymond Shaw, com quem fez a série de filmes que lhe garante a imortalidade. Morreu em plena filmagem de O Jogo da Morte, que o diretor Robert Clouse concluiu cinco anos depois, em 1978. Na tela, Bruce Lee arrebenta com um certo Chuck Norris, que também ia virar astro. Tudo isso é lenda, que a homenagem a Bruce Lee permite desencavar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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