Brasileiros descobrem fóssil raro

Washinton

(Das agências) – Cientistas brasileiros encontraram em Santana do Cariri, no Ceará, os restos de um dos animais mais estranhos já catalogados, um grande réptil voador, contemporâneo dos dinossauros, que pescava com um bico semelhante a uma tesoura e tinha a cabeça coroada por uma enorme crista óssea. Alexander Kellner e Diógenes de Almeida Campos descreveram ontem essa espécie até agora desconhecida dos pterossáurios, répteis com asas que eram primos dos dinossauros. A descoberta publicada na revista Science é importante não só pela curiosidade da crista saindo do crânio, mas também por oferecer informações sobre como os pterossáurios caçavam.

O fóssil foi batizado de “Thalassodromeus sethi” (o primeiro nome significa corredor marinho; o segundo é uma referência a Seth, o deus egípcio do mal e do caos). Segundo Kellner, o Thalassodromeus viveu há 110 milhões de anos e tinha uma cabeça de 1,4 metro, devido à crista. O corpo media 1,8 metro e as asas tinham envergadura de 4,5 metros.

“Se você não tivesse os fósseis, não daria para acreditar que esse animal já esteve vivo,” afirmou ele por telefone, do Rio de Janeiro, onde trabalha no Museu Nacional. Os cientistas imaginam que o Thalassodromeus voava sobre lagoas em busca de comida. A mandíbula inferior se abria, ficando um pouco abaixo da água, para devorar qualquer peixe ou crustáceo que estivesse por ali. Além disso, há semelhanças entre o bico e as mandíbulas desse animal com um pássaro chamado Rynchops. “O novo pterossáurio do Brasil nos dá informações importantes sobre a estratégia de alimentação dos pterossáurios”, afirmou Fabio Dalla Vechia, do Museu Paleontógico de Monfalcone, na Itália.

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