Bom mesmo é o pop alheio

A arte do cover pop está expressa em Other People’s Songs, com Erasure (Virgin). A idéia de revisitar clássicos começou a ser acalentada por Vince Clarke e Andy Bell em 1990, surgindo assim uma coleção de surpreendentes ritmos eletrônicos a partir de pop clássicos “dos outros”, numa viagem até a década de 50.

Desde sua formação em 1985, a dupla britância deixou sua marca em nove álbuns, quase somente de músicas originais. Os teclados de Vince e a voz de Andy registram animadas melodias eletrônicas, assim sentiram-se no direito de bulir com canções alheias. No caso, as que fizeram sucesso, com Phil Spector.

“Lembro-me – diz Andy Bell – de que quando morava em minha casa não percebia a influência que os discos de meus pais exerciam sobre mim. Minha mãe era uma grande fã do Elvis e meu pai de Buddy Holly, e eles tinham o disco Phil Spector Greatest Hits e eu costumava escutá-lo todos os dias. Eu pensava: Se ao menos pudesse cantar assim”.

É bom que se lembre também que o Erasure não é novato na seara cover, pois em 1992 gravou músicas do Abba. Other People’s Songs no entanto é mais denso, tanto que exigiu seis meses só para a seleção das faixas e além do mais o projeto do Abba cover não virou disco.

O entusiasmo pelo novo trabalho levou a dupla até a projetar excursões, o que era evitado desde 1999. Agora, com figurinos eduardianos, para homenagear a era em que o gramofone foi inventado, o Erasure cai na estrada, revivendo doze canções de Peter Gabriel, James Warren, Steve Harley, Cliff Eberhardt entre “outros”.

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