Biografia de Leminski pode ser barrada pela família

Em meio à polêmica por conta da publicação de biografias não autorizadas, o poeta Paulo Leminski, morto em 1989, e “redescoberto” este ano com a publicação de Toda poesia, pela Companhia das Letras, que chegou a desbancar obras “água com açúcar” como Cinquenta tons de cinza, tem sido alvo de um verdadeiro quiproquó.

A biografia do curitibano, Paulo Leminski: o bandido que sabia latim, publicada pelo jornalista Toninho Vaz, deveria chegar à sua quarta edição neste ano, porém, publicada pela editora Nova Cultura. No entanto, a família de Leminski resolveu vetar a nova remessa depois que o autor revelou ter escrito um parágrafo sobre suicídio de Pedro Leminski, irmão do poeta, ocorrido em 1986.

Segundo o biógrafo, o trecho referente à morte de Pedro contém apenas 8 linhas e foi inserido após o rapaz que encontrou o corpo tê-lo  procurado para contar o caso. “Conversei com a Elly Leminski, viúva do Pedro [sobre abordar o tema no livro e a repercussão na imprensa]. Ela estava calma dizendo que entende o meu trabalho, que a gente era mesmo da contra cultura, realidade nua e crua”, contou Vaz ao Paraná Online.

Detalhes

Indignada com a abordagem do assunto por Vaz, Estela Leminski, filha de Paulo, afirmou em sua conta no Facebook: “Qual é a relevância de detalhes sórdidos do suicídio de um parente do meu pai para a uma biografia dele? Que relevância PÚBLICA (sic) tem para sua obra? Ou isso seria para dar um molho e vender mais?”.

Para o autor, o suicídio de Pedro não seria a real alegação para que a biografia não fosse relançada.  “As alegações [para que o livro não saia novamente] eu também quero saber, mas posso afirmar que não acredito na versão que fala do suicídio do Pedro”, disse Vaz. Ele afirmou ao Paraná Online que deve entrar com uma interpelação judicial para que decidam o real motivo pelo qual a obra não deveria ser reeditada