Bianca Rinaldi na próxima novela do SBT

Bianca Rinaldi é uma das muitas lourinhas que aposentou o uniforme de paquita para investir na carreira de atriz. Mas, ao contrário de outras ex-assistentes de Xuxa Meneghel, como Letícia Spiller e Bárbara Borges, Bianca conseguiu se firmar longe da todo-poderosa Globo. Aos 26 anos, ela acaba de ser escolhida para protagonizar “A Pequena Travessa”, que estréia em outubro no SBT.

A novela conta a história de Júlia, uma moça pobre que mora com o pai e os irmãos mais novos. Um dia, o “velho” sofre um acidente, fica paralítico e ela se vê obrigada a tomar a frente da família. Para arranjar emprego como office-boy de uma alfaiataria, se veste de homem. “Sei que é meio surreal, mas quanta coisa não é surreal em novela, não é mesmo? Vampiro também não existe e está aí…”, alfineta, citando a novela da Globo.

Novelas surreais

Na verdade, Bianca não parece lá muito preocupada com o argumento de “A Pequena Travessa”. O autor é Abel Santa Cruz, o mesmo de “Carrossel”, “Carinha de Anjo” e “Pícara Sonhadora”, novela protagonizada por Bianca no próprio SBT. As semelhanças entre as duas novelas, aliás, é gritante. Em “Pícara”, Mila Lopes era uma moça pobre que morava numa loja de departamentos e se apaixonava pelo filho do dono do lugar, o empresário Alfredo Rockfield, interpretado por Petrônio Gontijo. Em “A Pequena Travessa”, Júlia se apaixona pelo filho do dono da alfaiataria, Alberto, personagem de Rodrigo Veronese.

O tom assumidamente mexicano das novelas não desagrada à atriz. “Gosto de novelas surreais. Da criança à dona de casa, todos elogiaram ?Pícara?. O público quer diversão”, recita a atriz.

Para Bianca, a Júlia de “A Pequena Travessa” tem mais a oferecer a ela que a Mila, de “Pícara Sonhadora”. A começar pelo “desafio” de ter de convencer como homem. A atriz garante, porém, que já passou pelo primeiro teste com louvor. Explica-se. Há dias, ela entrou num dos estúdios do SBT devidamente vestida de homem, com um macacão e de boné. E não foi reconhecida por ninguém da produção. “Eles ficaram gritando meu nome um tempão”, vangloria-se. Mas não basta vestir-se de homem para convencer como tal. Bianca tem procurado caprichar nos trejeitos e, principalmente, na voz. “Ando treinando com meus primos”, avisa.

Papo com Sílvio

Depois que começou a gravar “A Pequena Travessa”, há cerca de duas semanas, Bianca já não tem mais tempo para nada. Ela costuma chegar ao SBT por volta das sete da manhã e não sai de lá antes das dez da noite. Por isso mesmo, ainda não conseguiu realizar um de seus sonhos: bater um papo com o dono da emissora em que trabalha, o apresentador Sílvio Santos. O máximo que conseguiu foi trocar algumas palavras com ele quando gravou o “Qual É a Música?”, no ano passado. “Queria passar na sala dele para tomar um cafezinho”, brinca.

Experiência

Mesmo com 40 cenas por dia para gravar, Bianca não reclama da sorte. Desde muito cedo, aprendeu a se virar sozinha. Dos 8 aos 13 anos, foi ginasta e penou com as duras exigências do esporte. A entrada na vida artística aconteceu em 90, quando Bianca tornou-se paquita. Foi a mãe da atriz que sugeriu a ela se inscrever na disputa por uma vaga no “Xou da Xuxa”, da Globo. Então com 15 anos, Bianca concorreu com 1500 candidatas e ficou entre as cinco finalistas. Da dura rotina de shows, viagens e gravações com Xuxa, Bianca não esquece das bacias com água quente e sal a que recorria para relaxar os pés. “Não estava acostumada a passar o dia inteiro pulando. Meus pés latejavam”, queixa-se.

Mas foi graças à carreira de paquita que Bianca descobriu o gosto pela arte de representar. Em 95, ela participou de “Sonho de Verão”, musical “caça-níqueis” estrelado por paquitas e paquitos. “Quando revejo esse filme, penso: ?Meu Deus, como deixaram isso passar??”, brinca. De lá para cá, já atuou em três novelas e quatro peças. Com “A Pequena Travessa”, espera o reconhecimento como atriz. “Já me sinto a ?queridinha? do SBT. Não é todo mundo que protagoniza duas novelas na mesma emissora num espaço de tempo tão curto”, orgulha-se.

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