A festa do sexto aniversário reafirma essa atitude e no almoço de domingo será servida uma feijoada (ou batata suíça para quem preferir) com direito a um show do sambista Wilson das Neves (baterista titular do Chico Buarque). Na ocasião também acontece a abertura da exposição 10enhistas de Humor do Paraná com cartuns de temática livre e, também será implantada uma novidade no menu da casa: a batata Solange, criada pela chef Solange Schneider especialmente para as comemorações, que traz o surpreendente recheio de queijo brie, pêra seca e alho poró.
O cartunista Solda é responsável pela reunião do grupo ?alguém tinha que organizar essa turma? e pelo trocadilho quase-infame: ?O número dez dá um sotaque nordestino para os desenhistas. Como nós fomos para o Piauí, achei que tinha tudo a ver?, explica divertido. Solda conta que procurou selecionar alguns dos cartunistas mais expressivos do Estado. De fato, na lista estão nomes respeitadíssimos nacionalmente como Paixão, Bennet, Marco Jacobsen, Dante Mendonça, Miran, Pryscila Vieira, Tiago Recchia, Rettamozo e César Marchesini.
Pryscila Vieira única mulher e a caçula do grupo acha que o humor paranaense tem como característica principal a seriedade. ?Exceto pelo meu trabalho, é claro?. Brincadeiras à parte, a artista conta que é muito bom estar ao lado de artistas que ela sempre admirou. ?Essa é a primeira vez, depois de tantos anos, que se reúnem linguagens tão diversas. É um encontro de gerações?, define contando que entre os cartunistas não existe uma concorrência, mas, sim, um respeito mútuo.
Som Sagrado
Wilson das Neves um dos maiores sambistas brasileiros da atualidade, será a principal atração musical do aniversário de seis anos do Beto Batata. Baterista titular de Chico Buarque, o músico, que se revelou como cantor e compositor em 1996, vai mostrar o repertório dos seus discos O Som Sagrado de Wilson das Neves e o mais recente Brasão de Orfeu. Para acompanhar o sambista, o Clube do Choro de Curitiba escalou uma seleção de craques da cidade formada pelos músicos João Egashira (violão), Gabriel Schwartz (sopros), Tiziu (violão de 7), Denis Mariano (percussão) e Julião Boêmio (cavaquinho).
Com quase 50 anos de carreira, Das Neves é o que se convencionou chamar de músico polivalente. ?Já toquei com várias vertentes?, recorda o baterista que esteve ao lado de nomes consagrados no cenário internacional como Sarah Vaughan, Toots Thilemans e Michel Legrand. Na música brasileira, além de Chico Buarque, Wilson das Neves já trabalhou com Roberto Carlos, Elizeth Cardoso, Clara Nunes, Elis Regina (com quem tocou no Olimpia de Paris), Alcione, Beth Carvalho e muitos outros. ?Mas gosto mesmo é do samba que é a minha música. É o ritmo que me seduz, encanta e fascina. É o maior ritmo do mundo. Quando comecei a gravar, na Rádio Nacional, tinha que tocar com todo mundo. Agora os sujeitos são especialistas em rap, rock… antigamente tinha que fazer tudo. Aí, depois, a gente vai filtrando um pouquinho de cada um e cria a própria personalidade?, finaliza o sambista.