Barão Vermelho no acostamento

Rio – Notícias de Roberto Frejat não faltam, desde que o cantor do Barão Vermelho lançou seu primeiro disco solo, Amor pra recomeçar, em 2001: ele emplacou sucessos como a faixa-título e Segredos (que ganhou um ótimo clipe em animação) e pegou gosto pela coisa. Mas e os outros? Por onde andam Guto Goffi, Rodrigo Santos, Fernando Magalhães e Peninha?

Não temam, fãs: os quatro estão vivos e bem, ralando para pagar as contas e fazendo o que fazem melhor, que é tocar. E tocar muito, de preferência. “Se chamarem, estamos fazendo enterro de primeira, casamento gay, o que for”, diz o percussionista e “figuraça” Peninha, que criou a Gungala, uma banda de salsa com oito integrantes.

O guitarrista Fernando e o baixista Rodrigo também tocam com outros artistas, e até juntos: os dois estão na Blitz. “É ótimo tocar com outros músicos, principalmente com amigos como o Evandro Mesquita”, diz Fernando, que também acompanha Vinny e Gabriel O Pensador.

Rodrigo não deixa por menos: além da Blitz, está com o Kid Abelha, que promove o CD mais vendido de sua carreira, o Acústico MTV. “Também tenho Os Britos, que são a minha prioridade”, diz o baixista, meio de brincadeira, referindo-se à banda cover dos Beatles que tem com George Israel, do Kid, Guto Goffi e o guitarrista Nani Dias. “Tocando com o Kid, encontrei uma nova família”.

Guto é quem menos tem tocado: está à frente da Maracatu Brasil, loja de bateria e percussão que abriu há cerca de dois anos, quando o Barão estava fazendo seus últimos shows antes da parada. Dediquei-me muito à loja e à nossa escola de bateria e percussão”, diz. “Mas este ano vou voltar a tocar mais. Quero estar em forma quando o Barão se reunir novamente, ano que vem”.

O baterista quer aproveitar o estúdio que montou na loja, em Laranjeiras, para gravar canções que tem no baú. “É uma boa maneira de me forçar a sentar na bateria e tocar”, afirma.

Fernando é outro que está gravando um disco solo. “É um disco de rock instrumental”, revela. “Estou gravando aos poucos, no estúdio de uns amigos. Ele também andou se arriscando na produção: foi o responsável pelo disco dos Detonautas, que, com o resultado, conseguiram um contrato com a gravadora WEA.

“Conheci a banda em um show que eles abriram e gostei do som”, conta. “Ficamos amigos e eles me convidaram para produzir o disco. Aprendi muito, porque estava acostumado com os discos do Barão, que têm altos profissionais envolvidos. Com os Detonautas era só eu, e não foi fácil. Adorei a experiência, e estou aprendendo mais ainda agora, com o meu disco”.

Fernando ainda encontra tempo para seu hobby: a astronomia. Mais exatamente a astrofotografia. “Quando tenho um tempo, pego a minha tralha e vou observar e fotografar as estrelas”, conta.

Peninha foi o primeiro a lançar novo material: o disco do Gungala está pronto, chama-se Tiene fuego e foi mixado pelo produtor Tom Capone. Nenhum dos quatro mostra qualquer rancor com Frejat ou com a decisão dele de parar com a banda por três anos. Todos, aliás, encontram o amigo ocasionalmente. Rodrigo, por exemplo, é o baixista oficial do próximo CD do cantor. “Estou gravando com ele, só não poderei fazer os shows por causa do Kid”. Guto também participou do disco -numa faixa em que o baixista foi Bi Ribeiro, dos Paralamas -e encontra Frejat e família no clube Caiçaras.

Dos quatro, o baterista -que é o único integrante original do Barão, além de Frejat -foi o que menos sofreu com a queda na arrecadação que veio com a parada da banda. “Eu estava montando a loja e me preparei bem para uma vida mais barata”, conta ele. “Claro que tive que me adaptar a coisas como estar em casa o tempo todo, sem viajar, como fiz nos últimos 20 anos”.

Todos garantem, no entanto, que as dificuldades estão sendo vencidas e o Barão volta com força total em 2004.

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