Banco do Brasil investirá R$ 41 milhões em cultura em 2009

Ao que tudo indica, o setor cultural terá fôlego para enfrentar, este ano, os efeitos da crise financeira global. Além da manutenção do calendário internacional de shows, que abriu com Elton John, no último sábado (17), e ainda recebe Orishas, Alanis Morissette, Radiohead, Iron Maiden, entre outros, o Banco do Brasil anunciou nesta terça-feira (20) que o investimento total em 2009 para a programação do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília -, mais o projeto itinerante que envolve 18 cidades brasileiras, será de R$ 41 milhões. “Estamos muito felizes”, afirmou o gerente de comunicação, Lourivaldo Paula de Lima Junior, durante coletiva.

Mesmo diante de um cenário imprevisível no mercado, o BB, que comemora 20 anos de CCBB, aportará este ano um volume de investimento 10% superior ao de 2008, que foi de R$ 37 milhões. A iniciativa revela que as recentes aquisições – da Nossa Caixa, em dezembro último, mais os 50% do Banco Votorantim, anunciado há duas semanas – poderão deixar o banco em uma situação ligeiramente confortável em meio à turbulência global.

Segundo o executivo de comunicação, a consolidação das aquisições deve fazer com que o volume de investimentos para 2010 se mantenha no patamar de 2009. “Ou até maior”, destacou. Lima Junior admitiu, porém, que, com o advento da crise, a instituição teve de fazer uma nova análise de planejamento. Mas, frisou que não houve nenhuma redução no plano inicial. “Já partimos deste número (de cerca de R$ 41 milhões).”

É com este expressivo investimento que o CCBB receberá grandes atrações até o fim de 2009. Os R$ 41 milhões serão distribuídos entre os setores culturais: artes cênicas, artes plásticas, cinema e vídeo, ideia e música, além do projeto educativo. Grande parte dos destaques da programação está concentrada em teatro e exposições, áreas já conceituadas do CCBB.

Programação

Nas artes visuais, as exposições ‘Vanguardas Russas’ e ‘Yves Saint Laurent -Voyages Extraodinaires’ devem atrair grande público, além da mostra dos brasileiros OsGemeos. Quem abre a programação teatral, em São Paulo, em fevereiro, é a atriz Debora Duboc, com a peça ‘Um dia (quase) igual aos outros’, que segue com ‘Shirley Valentine’ (abril), com Betty Faria, e ‘Simplesmente eu’, monólogo de Beth Goulart sobre a escritora Clarice Lispector, previsto para o segundo semestre, entre outras.

A programação é extensa e envolve o Ano da França no Brasil, além de shows, concertos, mais de 40 mostras de cinema e muitas palestras. A atriz Beth Goulart, que esteve na coletiva de hoje, aproveitou para alertar o governo de que está na hora de se pensar em outras alternativas de incentivo à cultura, já que as empresas podem retrair os investimentos fiscais por meio da Lei Rouanet. “Esperamos não sofrer com retração. Mas é preciso que o governo pense em políticas culturais”, declarou.