Bailarino retorna à capital para ver peças no Guaíra

O bailarino curitibano Arthur Louarti, que integra a Companhia de Dança de Maurice Bèjart, na Suíça, encontra-se na cidade prestigiando a programação do Teatro Guaíra. “Minha formação foi aqui, no Guairá, onde durante cinco anos tive a oportunidade de conviver com excelentes profissionais e aprender a base do balé”, definiu o bailarino que passa férias no Brasil. Arthur há dois anos mora na cidade de Lausanne, na Suíça, onde se encontra a companhia.

Arthur começou no balé aos nove anos. “Tive uma grande influência da minha irmã que era bailarina e o incentivo que recebi dela e dos meus pais, sem dúvida, foi fundamental para a continuidade da minha carreira”, relembra. Hoje está com 18 anos, e vem se destacando desde o ingresso no Grupo de Dança Masculina, da escola de Dança do Teatro Guaíra em 1998. Dentre seus prêmios destaca-se o conquistado em Nova Iorque, no Youth American Grand Prix 2005, que deu um grande impulso a sua carreira.

Morando na Suíça há dois anos e meio, ele foi o único brasileiro aprovado em 2006 na escola Rudra-Béjar Lausanne, após ter feito audição. “Fiquei um ano me aprimorando até ter a oportunidade de iniciar as apresentações”, conta.

Único brasileiro que compõe a equipe de balé da companhia, somente neste ano ele já participou em turnês na França, Alemanha, Japão e Itália. “A grande diferença entre esses países e o Brasil é que lá fica muito explícita a adoração pelo balé e pela arte em geral, algo que é bem menos apreciada no Brasil” conta.

Para manter-se o bailarino recebe um salário da companhia, porém mora sozinho. “A saudade da família é inevitável”, lembra com sorriso no rosto. Arthur chegou a Curitiba há uma semana e deverá ficar por mais duas na capital paranaense, onde aproveita a passagem para rever os amigos e prestigiar peças no Teatro Guairá.

Maurice Bèjart – nome artístico de Maurice-Jean Berger, nasceu em Marselha, em 1927. Em 1953, ao lado de Jean Laurent, fundou o Les Ballets de l’Etoile, mais tarde rebatizado de Ballet-Théâtre de Paris. Com o lançamento de seu primeiro grande sucesso, “Symphonie pour un homme seul” (1955), foi convidado pelo Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas, a criar um balé para seu corpo de baile: assim nasceu sua obra prima, “Le Sacre du printemps”, em 1959. Ele coreogrofou mais de 200 balés, a maioria deles para sua própria companhia. Em Bruxelas, ele fundou o Balé do século XX, que por três décadas maravilhou o mundo da dança, até ser transformado, em 1987, em Bejárt Ballet Lausanne. Béjart morreu aos 80 anos na cidade suíça de Lausanne, no dia 22 de novembro de 2007.