Entrevista!

Atriz global Mayana Neiva grava filme com produtora curitibana e roteiro argentino

Nesta semana, Curitiba e Região Metropolitana, mais especificamente a cidade de Tijucas do Sul, se tornaram set de cinema para a filmagem de um longa metragem. O filme Águas Selvagens que é feito por uma produtora paranaense, a Laz Audiovisual, e também com coprodução Argentina, trata de um problema recorrente principalmente na fronteira: o rapto e o tráfico de pessoas. As gravações na cidade encerraram neste sábado (11) e a Tribuna do Paraná conversou com a atriz global Mayana Neiva, que é uma das personagens.

“O roteiro é argentino e conta a história de um policial que é de Buenos Aires e que foi chamado para uma investigação na tríplice fronteira. Ao chegar, ele percebe que lá as pessoas, as relações, são mais intensas e devagar vai descobrindo que quem contratou ele para o que ele iria investigar não era bem aquilo. Aí é que entra a questão do tráfico de pessoas e outros problemas de violência”, adiantou a produtora Virginia Moraes.

Mayana interpreta Rita, uma mulher que tem o filho raptado. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.
Mayana interpreta Rita, uma mulher que tem o filho raptado. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Mayana Neiva comentou que o filme discute também as questões humanas da fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. “Trata dessa questão do rapto de pessoas, mas também permite encontros humanos com personagens interessantes, nada óbvios. Inclusive acho que o legal do filme é isso, que todos os personagens não são o que parecem ser”, destacou.

O filme é dirigido pelo argentino Roly Santos e o elenco mistura atores brasileiros, argentinos e uruguaios. O detalhe é que a maioria deles fala espanhol, Mayana, inclusive. A atriz interpreta Rita, que também é uma espécie de vítima da questão do tráfico de pessoas. “Algo acontece com o filho dela e ela retorna para se vingar disso, mas como não sei até que ponto posso contar, melhor a gente finalizar por aqui”, brincou Mayana.

A escolha da gravação em Curitiba e RMC se deu naturalmente, conforme avaliação da produtora. “Mais por questão de logística mesmo, porque o filme se passa em algum lugar da fronteira entre os três países, então, os custos para gravarmos por lá seriam bem maiores. Como grande parte da história se passa em dois hotéis, encontramos um em Tijucas do Sul que se encaixou perfeitamente com o que queríamos e deu muito certo”, explicou Virginia, reforçando que algumas cenas vão ser gravadas ainda em Buenos Aires, mas uma parte de finalização do filme.

Mayana, que está acostumada com os grandes centros de gravações como São Paulo, Rio de Janeiro e até mesmo o Nordeste, disse que gostou da experiência de estar em Curitiba. “Maravilhoso. Amo filmar em Curitiba, já morei aqui quase três meses para gravar Para Minha Amada Morta (com direção de Aly Muritiba e que foi gravado na cidade), e gostei muito. É uma cidade especial do Brasil e que por mim eu morava aqui”.

A atriz, que vive em São Paulo, disse que Curitiba representa para ela uma certa tranquilidade. “Quando você mora em São Paulo ou Nova York e chega em Curitiba, está no céu. Aqui é uma cidade grande, que tem tudo, mas que consegue dar essa paz pra gente. Agora, com a gravação, conheci algumas partes do Paraná que também não conhecia, como Tijucas do Sul, que são incríveis e o hotel escolhido realmente te transporta para a fronteira, só assistindo para entender”.

Lançamento do filme ainda não está certo. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.
Lançamento do filme ainda não está certo. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Lançamento

Além da produtora e da atriz global, toda a estrutura do longa foi pensada e planejada em sua maioria por mulheres. “A Virginia é a idealizadora do projeto, viu o roteiro no começo e o filme é cercado de mulheres não só na atuação,  mas também na produção, o que é muito bom, que contempla essa mirada feminina. Nossa chegada ao cinema brasileiro.”, disse Mayana. “Não chega a ser uma bandeira, mas sim um movimento natural, que foi incorporado naturalmente em harmonia”, completou a produtora.

O lançamento de Águas Selvagens ainda não foi marcado, ainda está sendo decidido, mas deve ser feito entre o segundo semestre de 2019 ou no primeiro de 2020. “Vai ser distribuído, no Brasil, pela Imagem Filmes, e também vai ser lançado na Argentina. Como é um filme latino-americano, falado em espanhol e portunhol também, esperamos que tenha uma inserção na América Latina bem boa”, considerou Virginia, reforçando que o filme tambémvai participar de alguns festivais e é bem cotado para levar prêmios.

Mais trabalhos

Vem novela nova, mas nada pode ser adiantado ainda. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.
Vem novela nova, mas nada pode ser adiantado ainda. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

O último trabalho de Mayana na TV foi na novela Outro Lado do Paraíso, da Rede Globo, onde interpretou Leandra, a dona de um bordel. Formada em Filosofia, a atriz disse que a formação lhe dá uma perspectiva boa de sentido da vida. “Pra mim é um instrumento de vida e que me coloca na vida de uma forma mais plural, me ajuda a ver os pontos de vista diferentes das pessoas”.

Além do filme, Mayana também vai estrear uma nova temporada da série Rotas do Ódio, do Universal Channel. “Uma série incrível, que discute crimes de intolerância. Depois dessa estreia, gravamos a terceira e a quarta temporada até março do ano que vem”, disse ela, adiantando que também tem outra série para estrear, no canal fechado HBO, mas que ainda não pode falar nada sobre o assunto. “E novela já estou participando de discussões de um novo projeto, para o ano que vem, mas também ainda não posso falar”, brincou.

Entrevista completa

A produtora e a atriz conversaram com a Tribuna do Paraná num hotel de Curitiba, durante o intervalo entre uma gravação e outra, já que neste sábado era o último dia delas na capital paranaense. Mayana falou sobre outras curiosidades da carreira. Veja o vídeo:

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