Assentamentos rurais na pauta da Bienal

Impactos dos Assentamentos ? um estudo sobre o meio rural brasileiro amplia as discussões em torno da questão fundiária brasileira, desmistificando a idéia de que os assentamentos rurais brasileiros são “favelas rurais” ou meros exemplos de políticas assistenciais. Trata-se de um dos mais importantes estudos sobre a reforma agrária no Brasil nos últimos anos, que envolveu 97 assentamentos, em 39 municípios, com uma população de 15.113 famílias assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre 1985 e 1997.

A pesquisa ? encomendada pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), órgão do Ministério do Desenvolvimento Agrário ? examina os processos de mudanças socioeconômicas provocados pelos assentamentos da reforma agrária não no agronegócio ou nas importações, mas nas regiões onde estão inseridos, incluindo os pequenos mercados.

Muitos dos dados da pesquisa reforçam a idéia de que os assentamentos retomam trajetórias interrompidas e estabelecem espaços de sociabilidade comunitária e novas situações de inserção política, econômica e social. Os dados apontam, também, que além de gerar empregos para a família, os assentamentos proporcionam trabalho para outras pessoas, indicando uma grande contribuição da reforma agrária para o desenvolvimento rural.

O livro, segundo os autores, não tem por objetivo afirmar sucessos ou fracassos da política de assentamentos, mas sim apontar indicadores e relações que permitam mensurar e qualificar o significado da existência dos assentamentos, a partir da comparação entre as situações atual e anterior dos assentados (tanto em termos objetivos como subjetivos), e da comparação entre as condições socioeconômicas existentes no assentamento e aquelas verificadas em seu entorno.

Os autores de Impactos dos Assentamentos estarão presentes na Bienal do Livro de São Paulo neste domingo, 25 de abril. Sérgio Leite, Beatriz Heredia, Leoniolde Medeiros, Moacir Palmeira e Rosângela Cintrão conversarão com o público às 15 horas, no auditório 4.

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