Artistas comemoram reabertura do Paiol

A classe artística está entusiasmada com a reabertura do Teatro Paiol que, depois de quase cinco meses de reforma, recebeu na noite de terça-feira o músico Toquinho, que participou da inauguração do local em 1971, ao lado de Vinicius de Moraes, Marília Medalha e Trio Mocotó.

O próprio Toquinho estava emocionado e satisfeito com a reabertura do Paiol, 35 anos depois do histórico show de inauguração. "Este teatro é um marco na minha vida. Fico muito feliz em novamente participar de um momento especial do Paiol, um dos espaços culturais mais importantes do Brasil. Daqui a 35 anos, podem convidar que eu venho", brincou o cantor, que em 6 de julho completará 60 anos de idade.

Aristas e representantes de entidades culturais que participaram do evento de reabertura acreditam que o Paiol vai voltar com força total na cena artística brasileira. "Quem é músico já percebe uma grande melhora na parte técnica do teatro. Esta reforma era muito necessária", disse o clarinetista Sérgio Albach, diretor da Orquestra à Base de Sopro de Curitiba. "Agora, com uma programação de qualidade, o Paiol tem tudo para dar um novo impulso à cultura na cidade."

O baixista Glauco Solter usou o show de Toquinho como exemplo da importância do Paiol para os artistas. "É um teatro que mexe com a gente. Era nítida a emoção do Toquinho no palco. Este prédio histórico, essa proximidade com o público, são coisas que só o Paiol oferece. A manutenção deste teatro em boas condições é fundamental para a cena cultural curitibana", disse Solter.

A atriz Lucia Veríssimo, mestre de cerimônias da reabertura do Paiol, comentou a importância do investimento em cultura. "Curitiba está dando um exemplo para o País, que segue o caminho contrário, ignorando os espaços culturais e a classe artística. Espero que o Paiol seja uma explosão para que o Brasil inteiro entenda a importância de se investir em cultura."

Yara Sarmento, do Fórum das Entidades Culturais, considera a reforma do Paiol mais um passo importante na administração da cultura na cidade. "Nós temos acompanhado o trabalho da Fundação Cultural e percebemos que tudo tem sido feito com muita seriedade. A reforma do Paiol mostra que há realmente uma preocupação com os grandes valores da cultura da cidade."

Beto Lanza, diretor de ação cultural da Fundação, destaca que o Paiol pode ser ainda utilizado para outras atividades culturais. "Algumas peças experimentais de teatro também ganham força num palco como o Paiol, tanto que o espaço está na programação do Festival de Teatro de Curitiba, que começa na semana que vem", disse Lanza.

Neste ano, além de se comemorar o centenário do prédio, finalizado em 1906, é celebrado o aniversário de 35 anos do primeiro show do teatro, em 27 de dezembro de 1971. O Paiol era um antigo depósito de pólvora que foi transformado em teatro num projeto do arquiteto Abrão Assad.

A comemoração não pára neste evento de reabertura. Para o público geral, a programação especial do Paiol começa nos dias 10 e 11 de março, com shows da cantora Joyce. Já estão agendadas também apresentações de Leny Andrade, Cida Moreira e José Luiz Mazziotti, Virginia Rodrigues e Grafite em um show homenageando Lápis.

Voltar ao topo