A arquiteta italiana Gae Aulenti, mais conhecida por ser a autora do projeto de reforma do Museu d’Orsay, em Paris, morreu na última quarta-feira aos 84 anos em Milão, informou a imprensa local. Gae Aulenti fez sua última aparição pública há apenas 15 dias para receber um prêmio pela sua carreira em Milão.

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“Minha mãe estava doente há muito tempo, mas resistiu o quanto pôde. Ela tentou se animar e participou dessa cerimônia com entusiasmo”, disse na última quinta-feira sua filha Giovanna, ao jornal italiano “La Repubblica”. Aulenti, cuja saúde estava fragilizada nos últimos anos, nasceu em 4 de dezembro de 1927, Palazzolo dello Stella, na província de Udine (nordeste da Itália).

Designer de interiores e espaços industriais, ela estudou na Universidade Politécnica de Milão, desenvolveu seu trabalho nesta cidade e em Veneza e participou ativamente dos debates culturais em seu país após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). “Eu vi a Itália ser reconstruída a partir das ruínas”, disse certa vez em entrevista. “É uma pena que o mundo não parece ter mudado o bastante. Se cai o Muro de Berlim, logo é construído um muro na Palestina.”

Com atuação internacional, envolveu-se com arquitetura, design, cenografia teatral e projetos de espaços interiores, incluindo estudos voltados à transformação de construções históricas. Famosa no mundo inteiro, ela foi a responsável pela transformação da estação de trem d’Orsay em um museu dedicado à arte do século 19, realizada entre 1980 e 1986. O projeto lhe rendeu a Legião de Honra da França.

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Aulenti projetou ainda o Museu Nacional de Arte Moderna no Centro Pompidou, também em Paris, o museu do Palazzo Grassi de Veneza e o museu das Scuderie del Quirinale, localizado em Roma. Mais tarde, em Barcelona, Aulenti trabalhou na década de 1980 na reestruturação do Museu de Arte da Catalunha. A arquiteta também projetou cenários para o diretor italiano de teatro Luca Ronconi.

Como designer, Aulenti tornou-se conhecida por associar conforto e rigor estético a seus projetos. “Nenhum objeto, seja um monumento ou uma cabana, pode se esquivar de sua relação com a cidade e com a vida cotidiana”, costumava dizer.

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